
Em pronunciamento junto de aliados, em Bras�lia, Dilma pediu uni�o e di�logo e reconheceu a necessidade da mudan�a. “Sei que estou sendo reconduzida � Presid�ncia para fazer as grandes mudan�as que a sociedade brasileira exige”, disse, comprometendo-se com a reforma pol�tica e o combate � corrup��o. A presidente, que n�o enxerga divis�o no pa�s, tamb�m comentou a vit�ria apertada. “Algumas vezes na hist�ria, resultados apertados produziram mudan�as maiores e mais r�pidas do que vit�rias amplas”, afirmou, depois de agradecer, em especial, ao ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, ao seu lado no palanque. “Quero ser uma presidenta muito melhor do que fui at� agora.”
Em Belo Horizonte, o senador A�cio Neves agradeceu aos 51 milh�es de brasileiros que apontaram o caminho da mudan�a. Ele disse ter ligado para desejar sucesso a Dilma. “A maior de todas as prioridades, neste momento, deve ser unir o Brasil”, afirmou.
Numa estrat�gia de campanha agressiva, tra�ada desde o primeiro turno a partir de ataques aos advers�rios, a presidente conseguiu abrir vantagem no Norte e Nordeste do pa�s. Em Pernambuco, onde Marina Silva (PSB) havia ganhado no primeiro turno, Dilma conquistou 70,19% do eleitorado. Minas Gerais se mostrou, mais uma vez, um retrato do Brasil, com estreita vantagem de Dilma, que teve 52,40% dos votos, contra 47,60% do tucano. A diferen�a foi de 548,6 mil votos.
No Congresso Nacional, a presidente reeleita enfrentar� oposi��o ainda mais dura. Se antes a base da petista na C�mara dos Deputados contava com 339 de um total de 513 deputados federais, agora, esse n�mero reduziu para 304 parlamentares. Em compensa��o, Dilma ter� mais aliados no comando das 27 unidades da federa��o. Em seu primeiro mandato, a presidente tem apoio de 10 governadores, sendo que, em janeiro, os governadores ligados a Dilma subir�o para 17.
Como era de se esperar numa elei��o marcada por esc�ndalos e ataques, o domingo come�ou com o boato da morte por envenenamento do doleiro Alberto Youssef, envolvido no esquema de desvio de dinheiro na Petrobras e que supostamente teria delatado que Dilma e o ex-presidente Lula sabiam da corrup��o na estatal. A not�cia falsa se espalhou pelas redes sociais e agitou o dia de vota��o. Na verdade, Youssef foi internado num hospital do Paran� na noite de s�bado por causa de queda de press�o em decorr�ncia de doen�a card�aca cr�nica.
Ao longo de toda a vota��o, o clima de fim de campeonato tomou conta do pa�s. Eleitores de A�cio vestiram as cores da bandeira nacional, e os de Dilma, o vermelho do PT. Apesar dos �nimos exaltados, na avalia��o do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Dias Toffoli, a elei��o transcorreu de forma tranquila, num universo de 142 milh�es de eleitores.
Um total de 3.238 urnas teve de ser substitu�do no segundo turno, o que representa 0,75% das m�quinas. Apenas duas se��es precisaram usar o sistema manual de vota��o: uma em Minas Gerais e uma em S�o Paulo. Foram registradas 1.052 ocorr�ncias de irregularidades eleitorais, que resultaram em 451 pris�es ao longo do dia. A ocorr�ncia mais comum identificada foi boca de urna, que gerou 268 pris�es.