Um grande bloco de centro dever� tornar-se a principal for�a do Congresso no novo governo da presidente Dilma Rousseff. Esse bloco dever� ser liderado pelo PMDB, que passar� a exigir maior espa�o em seu segundo mandato.
O partido quer uma fatia maior do poder, n�o s� na Esplanada dos Minist�rios, onde tem cinco minist�rios, mas tamb�m no conselho pol�tico da presidente reeleita. � certo que a presidente Dilma Rousseff ter� de abrir mais canais de contato com o Legislativo do que teve no primeiro mandato.
Para o vice-l�der do PMDB, o Pa�s vai passar por momentos dif�ceis no ano que vem. E por isso todo mundo tem que ter a cabe�a no lugar. "N�o podemos agir com radicalismo, porque s� prejudicar� o Pa�s, tanto na pol�tica quanto na economia." Ele disse saber que as den�ncias sobre corrup��o na Petrobras v�o atingir o Congresso. "O que � mais uma raz�o para ter maturidade. Temos de criar um novo Brasil, sem implicar em instintos destrutivos."
O conjunto de for�as de centro que os partidos pretendem montar poder� tornar-se um movimento igual ao Centr�o, grupo que durante a Constituinte de 1987/88 passou a dar as cartas na assembleia depois de for�ar a mudan�a no regimento interno e impedir, por exemplo, a aprova��o de propostas como a de uma reforma agr�ria mais ousada e radical.
O Centr�o serviu tamb�m para a reestrutura��o partid�ria que haveria durante os trabalhos da Constituinte - como o nascimento do PSDB a partir de uma dissid�ncia no PMDB - e depois da promulga��o da Constitui��o. A movimenta��o partid�ria proposta para o ano que vem, no novo governo da presidente Dilma Rousseff, tamb�m leva a esse caminho.
O PSB, o PPS e o PHS falam em fus�o. O PSDB e o DEM j� iniciaram as primeiras conversas para se transformar num partido �nico. O presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), disse que a vit�ria de Dilma Rousseff levar� o Congresso a fazer um movimento para se fortalecer. "A vantagem do A�cio � que ele � conciliador. Procuraria agregar as diversas correntes em torno de si. O PT � por natureza desagregador", disse ele.
O cientista pol�tico Antonio Augusto de Queiroz, coordenador do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), acredita que as movimenta��es no novo Congresso ante o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff significar�o a necessidade que os partidos t�m de se fortalecer diante do Executivo.
A aposta de todos os partidos � a de que a presidente Dilma Rousseff ter� de abrir um canal de di�logo diretamente com os parlamentares. Sua base de apoio no Congresso tem 304 deputados e 40 senadores, n�mero insuficiente para aprovar uma emenda constitucional, principalmente as pol�micas, como algumas das reformas pol�tica que a presidente anunciou que vai propor.