
Reconduzido na manh� desta quarta-feira, 29, � lideran�a do PMDB, o deputado Eduardo Cunha (RJ) recebeu hoje o apoio de sua bancada para concorrer � presid�ncia da C�mara para o pr�ximo bi�nio. Numa Casa fragmentada em 28 partidos, Cunha tamb�m foi autorizado por seus correligion�rios a negociar a forma��o de um bloco parlamentar que amplie a for�a do PMDB na C�mara ou ao menos mantenha a sigla como a segunda maior bancada.
"A bancada meu deu o respaldo para que, se o PMDB lan�ar candidato, seria o meu nome a ser apresentado", afirmou Cunha ap�s uma reuni�o que contou com deputados peemedebistas e parlamentares eleitos para a pr�xima legislatura. "Primeiro tem que ter o respaldo da bancada. A bancada me respaldou e a partir da� precisamos buscar o apoio do Parlamento para n�o ser uma candidatura isolada", acrescentou. De acordo com ele, s� a partir da articula��o de um amplo "arco de apoiamento" � que o PMDB decidir� pelo lan�amento de uma candidatura.
Embora n�o tenha se lan�ado oficialmente para a elei��o pelo comando da C�mara, Cunha foi tratado como "candidato natural" por correligion�rios que participaram da reuni�o. "O PMDB sempre discutiu isso. � natural que avance nesse sentido e claro que o nome � Eduardo Cunha", disse o deputado Leonardo Picciani (RJ).
Cunha � um desafeto do Pal�cio do Planalto por ter liderado neste ano um movimento que imp�s duras derrotas ao governo. Com 70 deputados eleitos, o PT elegeu a maior bancada nestas elei��es e tamb�m tem reivindicado a presid�ncia da Casa. Entre os petistas, os nomes mais citados para entrarem no pleito s�o os de dois ex-presidentes da C�mara: os deputados Marco Maia (RS) e Arlindo Chinaglia (SP).
Se confirmado o confronto com Cunha, a disputa pelo comando da Casa colocar� em linha de colis�o os dois maiores partidos da base de apoio de Dilma. Cunha deu o tom hoje do clima que deve marcar a elei��o para a Mesa Diretora da C�mara. "Entendemos que a Casa neste momento n�o quer uma presid�ncia do PT e n�o quer uma hegemonia do PT", disparou. "N�o h� uma boa harmonia para que o PT consiga impor uma candidatura. Eu acho muito dif�cil uma candidatura do PT lograr �xito na casa".
A briga entre petistas e peemedebistas deve marcar tamb�m o rompimento de um acordo de revezamento entre as duas siglas na presid�ncia da C�mara que remonta a 2006. Cunha argumentou que, mesmo sendo as duas maiores bancadas, PT e PMDB elegeram juntos menos que 140 representantes, o que n�o representa um ter�o do total de cadeiras. "N�o h� �nimo da bancada em promo��o de nenhum tipo de rod�zio", disse o peemedebistas. Somos um n�mero muito pequeno para impor � Casa uma candidatura em rod�zio".
Nos bastidores, Cunha tem trabalhado para se viabilizar como um candidato "do tapete", um concorrente que costura uma malha de apoios de baixo para cima. Ele tem a seu favor o fato de ter capitaneado neste ano uma rebeli�o que venceu o Planalto em importantes vota��es. Com isso, se cacifou como algu�m que valoriza o Legislativo e n�o atua "a reboque" dos desejos do Executivo.