Porto Alegre, 31 - Derrotado por Jos� Ivo Sartori (PMDB) na elei��o do �ltimo domingo, Tarso Genro deixar� o governo do Rio Grande do Sul no final do ano. Depois disso, n�o pretende se candidatar a mais nenhum cargo p�blico. Em entrevista ao jornal Zero Hora, ele contou que sua prioridade ser� trabalhar num projeto que possa apresentar ao PT para fazer uma reestrutura��o do partido.
"A minha cota de participa��o eleitoral, na minha avalia��o, est� esgotada", afirmou. "N�o est� no meu imagin�rio nenhuma elei��o, nem ao Parlamento, nem no Executivo. Quero aproveitar a minha experi�ncia para produzir um movimento mais de conte�do estrat�gico do que vinculado a processos eleitorais", disse o governador de 67 anos, um dos quadros mais antigos e tradicionais do PT.
Com a experi�ncia de ter sido deputado federal, prefeito de Porto Alegre, ministro no governo Lula e agora governador, Tarso parece disposto a ajudar o PT a pensar no futuro. "Vou continuar atuando dentro do meu grupo, Mensagem ao Partido, que � minorit�rio (dentro da legenda) e vai mobilizar todas as for�as para que o partido se reestruture, d� mais passos em rela��o � quest�o �tica", contou.
Segundo ele, o PT errou ao n�o ter dado sequ�ncia a um "profundo movimento refundacionista do partido" na ocasi�o da crise do mensal�o. "Refundacionista n�o significa descartar suas ra�zes, significa reorganizar seus alicerces, suas funda��es. O partido se renovou muito pouco de l� para c�", explicou.
Questionado se aceitaria assumir um minist�rio no novo governo da presidente Dilma Rousseff, ele descartou a hip�tese, dizendo que n�o seria convidado. Ele disse tamb�m n�o acreditar na candidatura de Lula ao Pal�cio do Planalto em 2018. "N�o acho que ele esteja vocacionado para disputar as elei��es, nem que esteja preparando isso. A preocupa��o maior dele � dar for�a para a presidente Dilma fazer um governo melhor ainda do que foi o primeiro", avaliou.
Na mesma entrevista, Tarso fez uma avalia��o da elei��o estadual, em que recebeu 38,79% dos votos v�lidos no segundo turno e, desta forma, n�o conseguiu se tornar o primeiro governador reeleito do RS. Ele n�o atribuiu a derrota a um sentimento contr�rio ao PT.
"O que existe no sentimento popular � uma rejei��o � pol�tica, aos partidos em geral. N�o ao PT em particular. A causa mais importante da nossa derrota foi que tivemos o candidato (Sartori) mais adequado para a conjuntura e que soube capitalizar todo esse imagin�rio antipol�tica e antipartidos", justificou.