Bras�lia, 31 - PT e PMDB abriram a disputa pelo controle do setor energ�tico no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. Peemedebistas do do Senado querem manter o Minist�rio de Minas e Energia, que comandam desde 2005. O atual ministro, Edison Lob�o, avisou a parentes e aliados que deixar� o cargo para retomar, a partir de janeiro de 2015, seu mandato de senador pelo Maranh�o.
O PT defende a sa�da de Lob�o, especialmente ap�s o nome do ministro aparecer na dela��o premiada � Justi�a Federal feita pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Al�m disso, querem que o minist�rio, ao qual est�o subordinadas estatais como Petrobrs e Eletrobras, componha um "n�cleo duro" da Esplanada com di�logo direto com os respons�veis pela formula��o da pol�tica econ�mica.
O argumento dos petistas � que o Minist�rio de Minas e Energia ganhou peso estrat�gico devido � situa��o de crise h�drica que tem afetado o n�vel dos reservat�rios e a gera��o de energia e aos problemas de caixa das distribuidoras. Tamb�m as den�ncias de corrup��o na Petrobras assumiram um alto grau de import�ncia. O partido acredita que retirar o PMDB do comando do ajudaria a transmitir a imagem de que o governo est� interessado em apurar as den�ncias de corrup��o na Petrobras. Dessa forma, a pasta precisaria estar mais pr�xima do Pal�cio do Planalto, atuando em sintonia com os futuros titulares da Fazenda e da Casa Civil, por exemplo. O senador Walter Pinheiro (PT-BA) afirmou que, no pr�ximo governo, a pasta n�o pode ser vista como um "minist�rio qualquer". "Precisa fazer parte do n�cleo mais importante do governo", argumentou.
N�o por acaso, um dos nomes cotados pelo partido para assumir o posto hoje ocupado pelo peemedebista Edison Lob�o, afilhado pol�tico de Jos� Sarney (PMDB-AP), � o do governador da Bahia, Jaques Wagner. Pr�ximo � Dilma e fortalecido no PT por ter eleito seu candidato ao governo estadual ainda no primeiro turno, Wagner dever� ter papel de destaque no pr�ximo mandato. O chefe de gabinete de Dilma, Giles Azevedo, que foi secret�rio de Minas e Metalurgia quando a petista comandou o minist�rio, � outro cotado.
N�o se sabe o grau do envolvimento do ministro Lob�o com o esquema de corrup��o na estatal, mas operadores do governo tratam sua queda como inevit�vel. Primeiro por atender � estrat�gia do Planalto de extinguir, no segundo mandato de Dilma, os feudos partid�rios. E segundo, por aproveitar o enfraquecimento pol�tico do padrinho de Lob�o, o ex-presidente e senador Jos� Sarney (PMDB-AP), que desistiu de concorrer este ano a um cargo eletivo ap�s 60 anos e cujo grupo pol�tico perdeu for�a em seu Estado ap�s a elei��o de Fl�vio Dino (PCdoB) para o governo do Maranh�o.
Mas o PMDB est� decidido a lutar pela Pasta. O principal argumento a ser colocado na mesa de negocia��o para garantir o minist�rio � o de que Dilma precisar� do partido, caso queira garantir o mesmo apoio pol�tico que teve no Senado em seu primeiro mandato. A situa��o, avaliam, � delicada para o governo por uma conflu�ncia de fatores pol�ticos e econ�micos. Com uma oposi��o mais qualificada a partir do pr�ximo ano, com a presen�a, por exemplo, dos tucanos A�cio Neves (MG), Jos� Serra (SP) e Tasso Jereissati (CE) e do democrata Ronaldo Caiado (GO), o governo precisa garantir apoio na Casa. E, como as condi��es da economia brasileira em 2015 n�o s�o das melhores, o respaldo no Senado para aprova��o de medidas planejadas pelo Executivo, mesmo que impopulares, tamb�m � fundamental.
Entre os principais nomes do PMDB, s�o cogitados o l�der do partido no Senado, Eun�cio Oliveira (CE), ou o l�der do governo na Casa, Eduardo Braga (AM), que � engenheiro el�trico. A bancada dos senadores quer manter os tr�s minist�rios da sua "cota" - al�m de Minas e Energia, a Previd�ncia e o Turismo, esse �ltimo cota do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Os deputados do partido, por sua vez, controlam a Agricultura. O ministro da Secretaria de Avia��o Civil, Moreira Franco, � uma indica��o pessoal do vice de Dilma, Michel Temer.
Desde o in�cio do governo Dilma, em 2011, os peemedebistas se ressentem da perda de espa�o na �rea. A petista foi a primeira ministra de Minas e Energia de Lula e respons�vel pelo modelo de gest�o do setor. Promoveu uma "limpeza" nas indica��es do PMDB na �rea. No final do governo Lula, o partido chegou a ter praticamente uma "porteira fechada" no setor. Contudo, t�o logo assumiu, Dilma acabou com o monop�lio e indicou pessoas de sua confian�a para uma gest�o compartilhada de petistas e peemedebistas. O PMDB do Senado at� toparia perder Minas e Energia, desde que a compensa��o viesse em uma pasta de igual "envergadura", como Cidades, Transportes ou Integra��o Nacional. O senador Edison Lob�o Filho (PMDB-AP) afirmou que seu pai deve deixar o minist�rio, mas que � inocente. "Meu pai n�o tem absolutamente nada a esconder", disse.