
A presidente recebeu, na manh� de ontem, o governador do Cear�, Cid Gomes (Pros) - cotado para ser o pr�ximo ministro da Educa��o, embora mantenha o desejo de se tornar consultor do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) - e o governador eleito do estado, Camilo Santana (PT). Ele articula a cria��o de uma frente alinhada com os partidos mais voltados � esquerda na expectativa de atenuar as chantagens que o governo vem sofrendo, especialmente do PMDB da C�mara. Ap�s encontro com Dilma, Cid disse que � fundamental que a petista possa ter, al�m do PT, dois partidos ou frentes fortes para ajud�-la na governabilidade. “Penso que esse movimento, de ter uma frente ou um partido de centro para al�m do PMDB e um partido ou frente � esquerda, ajuda na governabilidade e reduz o espa�o da press�o que muitas vezes beira at� a chantagem”, explicou.
A sugest�o do governador � seguir a ideia do presidente PSD, Gilberto Kassab, que tem conduzido a cria��o do Partido Liberal, composto de um grupo mais alinhado com a direita para integrar a base do governo. No caso de Cid, a proposta inclui atrair governadores de partidos como PDT, PCdoB e insatisfeitos de legendas como PSB e at� Psol. “A cria��o de uma frente na C�mara tem que ser discutida para que a gente aprimore e veja a melhor estrat�gia. O melhor, para mim, seria, inicialmente, compor a frente e que ela possa evoluir, na sequ�ncia, a um partido novo, que resulte da fus�o de algumas legendas”, disse o governador do Cear�. Para ter peso pol�tico, o ideal, segundo o governador, � que a frente tenha pelo menos 10% dos deputados da C�mara e conte com atua��o no Senado.
Rebeldes
Na C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) deu sequ�ncia ontem �s articula��es em torno do apoio ao seu nome na disputa pela presid�ncia da Casa. O parlamentar reuniu l�deres dos partidos do chamado bloc�o para um almo�o no apartamento funcional dele em Bras�lia. “Eu comuniquei a eles que a minha bancada havia me autorizado a dar in�cio a essas conversas”, explicou Cunha, dizendo ainda que “foi boa a receptividade” entre os l�deres.
Ao longo do dia, parlamentares petistas mandaram recados a Cunha. “Do mesmo jeito que h� conversas do lado de l�, h� do lado de c� tamb�m”, disse o deputado Jos� Guimar�es (PT-CE), ap�s reuni�o da bancada. “Tem muita gente tamb�m que est� conversando conosco... Inclusive do PMDB... Inclusive o Henrique”, disse ele, referindo-se ao atual presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). O mesmo tom foi adotado momentos antes pelo l�der do governo, Henrique Fontana (PT-RS). “Tem muitas reuni�es que n�o est�o divulgadas na m�dia, tem candidaturas que divulgam, outras que trabalham de forma mais reservada. Tem muita �gua para passar debaixo da ponte.”
PSB O PSB, partido de Marina Silva na corrida � Presid�ncia da Rep�blica, analisa a indica��o do deputado mineiro J�lio Delgado para uma nova tentativa de comandar a C�mara, a exemplo de 2012. L�der do PSB na C�mara, o deputado Beto Albuquerque (RS), que concorreu � Vice-Presid�ncia na chapa com Marina, refor�ou a inten��o do partido de buscar novo protagonismo na Casa. “Em 2012, o PSB teve candidato a presidente da C�mara e apoiamos uma candidatura alternativa a presidente do Senado. Nossa ideia � buscar de novo esse protagonismo”, frisou. No Senado, a legenda deve seguir independente do governo, mas como uma oposi��o “saud�vel”. Uma reuni�o da Executiva da sigla no fim do m�s cravar� a posi��o oficial, assim como o posicionamento da bancada na disputa pela presid�ncia do Senado.
Se levar adiante a inten��o de lan�ar candidato � presid�ncia da C�mara, o PSB ter� de enfrentar Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e um dos nomes a ser definido pelo PT. Na lista petista, Arlindo Chinaglia (SP) e Marco Maia (RS) s�o os mais cotados Jos� Guimar�es (CE) corre por fora.
Armas petistas
A p�gina oficial do PT publicou ontem uma convoca��o aos militantes para que “se armem” contra o “terceiro turno das elei��es presidenciais”. O site estampa a frase “milit�ncia, �s armas”, seguida por uma imagem de um computador, um notebook, um tablet, um smartphone e um megafone, com o apelo: “Mantenha-se informado em nossos canais e arme-se com argumentos para rebater a ignor�ncia nas redes e nas ruas”. A nota, ainda que de maneira indireta, remete �s manifesta��es de rua ocorridas no s�bado pedindo o impeachment da presidente reeleita. “A vit�ria de Dilma Rousseff revelou o desespero de setores que insistem em ignorar a vontade da popula��o demonstrada nas urnas”, afirma o texto petista.