L�der do PT no Senado diz que conversa com Lula foi sobre balan�o de elei��es

O l�der do PT no Senado, Humberto Costa (PE), disse que o encontro da bancada com o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva se centrou essencialmente em fazer um balan�o das elei��es, falar sobre o novo cen�rio do Congresso Nacional e sobre as estrat�gias do PT para o futuro. Segundo Costa, Lula adotou um tom otimista, falando da "grande vit�ria" do partido nas elei��es. Rui Falc�o, presidente nacional da legenda e que tamb�m participou da reuni�o, disse que o ex-presidente falou ainda sobre uni�o da bancada, colocando como prioridades a defesa do governo e ter "presen�a permanente" no Congresso.

Costa disse que, apesar da vit�ria apertada da presidente Dilma Rousseff nas urnas, a vit�ria foi representativa para o PT, por ter derrotado n�o apenas o candidato do PSDB, A�cio Neves, mas todas as for�as pol�ticas que o apoiaram, bem como parte da m�dia, que considera ter feito campanha contra o partido. "Nossa perspectiva � de um governo bastante legitimado, que tem um compromisso com mudan�as e que apresentou inclusive os caminhos para isso", afirmou.

Sobre as estrat�gias para atua��o no Senado, Costa admitiu que houve uma qualifica��o da oposi��o, com nomes de maior experi�ncia assumindo cadeiras, mas disse que a bancada petista estar� preparada. "Entendemos que, do ponto de vista quantitativo, n�o tivemos grandes mudan�as no Senado. Queremos consolidar relacionamento dentro dessa bancada de apoio ao governo", afirmou. "Naturalmente que tivemos, do ponto de vista da oposi��o, uma qualifica��o da bancada. Sabemos que isso vai tornar o debate mais rico, mais duro, mas tamb�m isso abre a possibilidade de negocia��o em torno de temas e propostas", completou. O l�der refor�ou que a ideia � preparar a bancada do PT para fazer esse enfrentamento de ideias no Congresso, mas abrindo tamb�m espa�o para um "di�logo mais permanente".

Costa preferiu falar em qualifica��o da bancada da oposi��o como um todo, sem se dirigir especificamente ao PSDB. A principal legenda de oposi��o traz nomes para a nova legislatura como de Jos� Serra (SP), Tasso Jereissati (CE) e Antonio Anastasia (MG). Questionado se a volta de Marta Suplicy (SP), que se afastou do Senado para assumir o minist�rio da Cultura, pode ajudar a refor�ar a bancada petista, Costa disse que sim. "A Marta vai sem d�vida contribuir fortemente", afirmou o l�der que tamb�m citou os novos senadores eleitos pelo partido Paulo Rocha (PA) e F�tima Bezerra (RN) como quadros experientes que dar�o peso � bancada petista, mas ressalvou que a bancada atual tem conseguido sustentar um "bom di�logo pol�tico" com a oposi��o. Segundo Costa, Marta foi convidada para a reuni�o de hoje, em S�o Paulo, mas n�o p�de comparecer por quest�o de agenda. Ela confirmou ontem que vai deixar o minist�rio e voltar ao cargo de senadora.

Falc�o fez quest�o de enfatizar que a reuni�o aconteceu por pedido da bancada, dizendo at� que os senadores pediram a forma��o de um calend�rio de reuni�es peri�dicas com Lula. O presidente nacional do PT evitou responder perguntas sobre o ex-presidente assumir uma presen�a maior no segundo mandato de Dilma. "Houve uma coincid�ncia porque o presidente tamb�m quer conversar com as pessoas", disse Falc�o. Ele falou ainda que o ex-presidente, bem como o PT, t�m focado em discuss�es sobre a renova��o do partido e sobre como afastar a "pecha injusta" de corrup��o que ficou como imagem da legenda.

A reuni�o contou com toda bancada do PT no Senado, � exce��o de Jorge Viana (AC), que est� em viagem. Os senadores sa�ram sem falar com a imprensa, apontando Costa e Falc�o como porta-vozes. O encontro n�o foi divulgado oficialmente.

Presid�ncia do Senado

Humberto Costa disse que n�o se discutiu diretamente, na reuni�o com Lula, a elei��o para a presid�ncia do Senado. Apesar de dizer que a estrutura de elei��o na Casa � "razoavelmente pacificada", com o entendimento de que o PMDB, por ter a maior bancada, elege o presidente, Costa disse que o PT quer refletir sobre esse sistema. "Obviamente, queremos discutir o processo", afirmou. A presid�ncia da C�mara de Deputados, que j� vem sendo alvo de especula��o e com mais partidos j� falando em lan�ar candidaturas, n�o foi tratada, disse Costa.