O senador A�cio Neves (PSDB-MG) afirmou ontem que vai articular a cria��o de uma nova Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) mista da Petrobras em 2015 para investigar as den�ncias de corrup��o envolvendo a estatal, caso a comiss�o atual encerre suas atividades sem apresentar resultados claros. “Vamos cobrar que as investiga��es continuem”, disse A�cio, em entrevista � R�dio Estad�o, de S�o Paulo. Na sua volta ao Senado, na quarta-feira, ap�s a derrota na disputa pela Presid�ncia, A�cio condicionou o estabelecimento de um di�logo com o governo Dilma Rousseff � investiga��o das den�ncias que envolvem a estatal. Segundo ele, o “n�vel do di�logo” vai depender de “gestos claros” da presidente.
“Se, no encerramento da CPI mista, este ano, em dezembro, n�o estiver ainda elucidado em profundidade todo esse esquema, quem ele atingiria, quais suas ramifica��es dentro do governo, j� anunciei que a partir de 1º de fevereiro, na reabertura do Congresso, vamos iniciar a coleta de assinaturas para uma outra CPI mista”, afirmou durante a entrevista.
Atualmente, duas comiss�es est�o em curso no Congresso, a CPI do Senado e uma CPI mista, composta por deputados e senadores. Na quarta-feira, uma articula��o da base aliada e tamb�m da oposi��o na CPI mista decidiu barrar a convoca��o e convites a pol�ticos citados no esquema. O PT e o PSDB atuaram para impedir a convoca��o da presidente Dilma, do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e do pr�prio A�cio, al�m do empres�rio Leonardo Meirelles, ligado ao doleiro Alberto Youssef. � Justi�a Federal, Meirelles disse que o ex-presidente do PSDB S�rgio Guerra, morto neste ano, tamb�m recebeu dinheiro do esquema.
Em nota divulgada ontem, A�cio afirmou que o partido “n�o fez qualquer tipo de acordo” para barrar as apura��es da comiss�o. “O PSDB n�o pactua com qualquer tipo de acordo que impe�a o avan�o das investiga��es da CPMI da Petrobras”, afirma a nota. “Lutamos pela instala��o da CPMI. Temos de ir a fundo na apura��o do chamado ‘Petrol�o’ e na responsabiliza��o de todos que cometeram eventuais crimes, independentemente da filia��o partid�ria”, completa. Na nota, o tucano diz que essa � a “posi��o inarred�vel do PSDB”.
Representante do PSDB na reuni�o que definiu o “acord�o”, o deputado Carlos Sampaio (SP) negou que a reuni�o tenha provocado mal-estar no partido. O deputado disse que n�o houve acordo para poupar pol�ticos, apenas a constru��o de um “roteiro de procedimentos” diante do curto prazo para a conclus�o das investiga��es, que terminam em dezembro.
De acordo com A�cio, o PSDB, do qual � presidente nacional, tem uma “minoria pouco expressiva na CPI mista”. “O governo � que define as oitivas. Eu n�o participei dessas reuni�es. No que depender de mim, se n�o for poss�vel chamar ainda este ano, que isso seja feito a partir do in�cio do ano que vem”, disse. Questionado se a investiga��o tamb�m n�o vai atingir seu partido, o senador afirmou que defende a apura��o, mas que a responsabilidade pelo andamento dela � do atual governo. “Tem que investigar todo mundo. Se houver algu�m de outro partido, tem que ser punido exemplarmente”, afirmou.