A governabilidade de Dilma tamb�m depender� do relacionamento com o PMDB, que ficou estremecido ap�s a elei��o. Mesmo mantendo a coliga��o com o PT no plano nacional - com Michel Temer como vice-presidente da Rep�blica -, o partido enfrentou o aliado em algumas disputas estaduais. Foi assim no Rio Grande do Sul, onde a chapa do governador eleito, Jos� Ivo Sartori (PMDB), derrotou o petista Tarso Genro, candidato � reelei��o.
Diante desse cen�rio, ele acredita que o futuro do PMDB e da alian�a com o PT ainda � "imprevis�vel". Por isso, evita fazer proje��es sobre uma eventual candidatura pr�pria do seu partido para presidente em 2018. "Eu diria que esta � uma exig�ncia un�nime, mas vai depender de cada Estado, da composi��o que vai haver", afirmou.
Reforma pol�tica
O di�logo, segundo Simon, tamb�m ser� fundamental para fazer uma reforma pol�tica, uma das promessas de Dilma na campanha. Para ele, no entanto, "� quase imposs�vel" levar adiante um plebiscito, como sugeriu a presidente. O senador defende uma ampla discuss�o entre o governo e o Congresso para, depois, pedir a aprova��o da popula��o atrav�s de um referendo.
"O que a gente tem que fazer, e Dilma pode conduzir isso, � sentar e discutir um conjunto de ideias e uma forma de levar isso adiante", explicou Simon, defendendo que a presidente convide at� mesmo a oposi��o para participar do debate e chegar a um entendimento. "Ela n�o tem que ser a hero�na. O papel dela ser� chamar todos, proporcionar esse di�logo, dar um impulso para que a reforma possa sair do papel."
Na opini�o de Simon - que deixar� o Senado no final de janeiro e, portanto, n�o vai participar diretamente da discuss�o sobre o tema no Congresso -, o projeto de reforma pol�tica deve incluir uma cl�usula de barreira para cria��o de partidos, o fim da reelei��o e a mudan�a no formato atual das Medidas Provis�rias. Ele tamb�m espera uma an�lise mais aprofundada das propostas de proibi��o do financiamento privado de campanha e de ado��o do voto distrital.
Futuro
No dia 31 de janeiro, quando se despedir da cadeira que ocupou por 32 anos, Simon pretende de fato se afastar da vida p�blica. Ele descarta a possibilidade de integrar o governo de Sartori, para quem fez campanha na elei��o para o governo ga�cho. "Vou estar � disposi��o do Sartori para quando ele precisar de mim, para ajudar. Mas nem passa pela minha cabe�a um convite formal, nem passa pela cabe�a dele faz�-lo. Estou me aposentando", ressaltou. "Pretendo andar pelo Brasil debatendo, fazendo palestras."
Simon aproveitou para minimizar a sua pr�pria derrota nesta elei��o. "Uma coisa que tem que ficar clara � que n�o fui candidato ao Senado. Como diz o Sartori, fui constrangido a aceitar quando o Beto Albuquerque deixou a chapa. N�o fiz campanha, n�o rodei o Estado, j� estava envolvido na candidatura do meu filho Tiago (Simon, eleito deputado estadual) e foi o que continuei fazendo", justificou. O senador tamb�m revelou estar "muito feliz" com a vit�ria de Sartori e disse que o jeito de governar do ex-prefeito de Caxias do Sul pode servir de refer�ncia para Dilma: "Aquilo que estou dizendo que a Dilma deve fazer l�, ele vai fazer aqui. Vai reunir, vai discutir, vai debater, vai sentar � mesa, vai conversar com a sociedade."