Bras�lia – Uma reuni�o no Congresso em que o governo Dilma Rousseff seria o alvo de insatisfa��es da Pol�cia Federal foi esvaziada nessa ter�a-feira. Horas depois de ser baixada uma medida provis�ria (MP) que garantiu aos delegados a ocupa��o de cargos de dire��o na corpora��o, acabou sem qu�rum audi�ncia em que o presidente da Associa��o dos Delegados da PF, Marcos Le�ncio Ribeiro, iria desfiar cr�ticas ao tratamento recebido pelos investigadores da Opera��o Lava a Jato, que apura lavagem de dinheiro e corrup��o na Petrobras.
O diretor da Federa��o Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), que representa agentes e papiloscopistas, estranhou a a��o do governo “na calada da noite”. “� muito estranho que essa MP tenha sido criada na calada da noite, �s v�speras do segundo turno, e num momento t�o delicado como esse”, disse o diretor da entidade, Fl�vio Werneck. “N�o posso afirmar categoricamente que se trata de uma troca de favores, mas que � muito estranho, isso �.”
A oposi��o, que tamb�m n�o apareceu na reuni�o, criticou o governo. “O Planalto se lembrou, a 12 dias das elei��es, dos pedidos antigos da categoria, liberou medida provis�ria, e ainda vai mandar delegados de todo o Brasil para colaborar com as investiga��es da Opera��o Lava a Jato em Curitiba”, afirmou o l�der do Solidariedade na C�mara, deputado Fernando Francischini (PR), representante dos delegados no Congresso.
O presidente da ADPF, Marcos Le�ncio, diz que apareceu no encontro, marcado para as 11h, e l� permaneceu � espera da audi�ncia de parlamentares at� as 11h15. Foi avisado depois que tudo estava cancelado por falta de qu�rum. “Me avisaram que n�o haveria parlamentares suficientes para a comiss�o”, disse � reportagem.
DESDE 2009 O governo, por�m, negou atua��o pol�tica. O secret�rio de Assuntos Legislativos do Minist�rio da Justi�a, Gabriel Sampaio, disse que a medida atende a “crit�rios republicanos e que atendem as associa��es” e possui os “requisitos do interesse p�blico”. Segundo ele, “grande parte” do texto da MP j� estava num projeto de lei enviado pelo pr�prio governo em 2009. Mas o Executivo resolveu baixar a MP apenas ontem porque, agora, “o tema � tratado numa medida pr�pria”. “Entendemos que � adequado tratar nas medidas provis�rias os temas que sejam afins”, disse Sampaio. “Est� sendo tratado numa medida espec�fica e tem toda a sua l�gica pr�pria.”
O texto da medida provis�ria tamb�m estava presente em emendas derrubadas na semana passada pelo Congresso. Com a MP, os delegados obt�m a garantia de que continuar�o a ser os �nicos nomeados para importantes cargos de chefia na PF, como a diretoria-geral. Tamb�m ser� exigido no concurso p�blico da carreira um m�nimo de tr�s anos de atividade jur�dica ou policial do candidato. (Colaboraram EM e AS)