Novos protestos de rua est�o marcados para amanh� (15), data da Proclama��o da Rep�blica, em todo o Pa�s, que v�o desde o pedido de impeachment da presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) at� a anula��o dessas elei��es. Em evento realizado nesta sexta-feira em S�o Paulo, que reuniu a c�pula do PSDB, os dirigentes foram un�nimes no apoio �s manifesta��es de rua, como forma de protesto contra o que eles classificam de "desmandos" e "roubalheira" do governo do PT. Contudo, se posicionaram contr�rios a algumas teses que come�aram a ganhar for�a em alguns grupos, como o pedido de impeachment da presidente e a volta dos militares.
Na mesma linha, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), que foi vice na chapa presidencial de A�cio Neves, disse que � a favor desses movimentos, mas por raz�es obvias, n�o concorda com o pedido da volta dos militares ao poder. Quando foi l�der estudantil, da Universidade de Direito do Largo S�o Francisco (USP), Aloysio integrou as fileiras do Partido Comunista Brasileiro (PCB), seguiu os guerrilheiros Carlos Marighella e Joaquim C�mara Ferreira na Alian�a Libertadora Nacional (ALN) e participou do assalto ao trem pagador. Perseguido pelo regime militar, exilou-se na Fran�a em 1968 e voltou ao Pa�s com a anistia.
Em entrevista, o senador tucano classificou como uma tentativa de desqualificar o desejo leg�timo das pessoas se manifestarem nas ruas contra o atual governo, movimento que cresceu ap�s as elei��es de outubro, as acusa��es feitas por setores ligados ao PT de que o PSDB estaria dando guarida a grupos direitistas, como os que pedem a volta dos militares, nos protestos de rua.
Nos discursos que os tucanos realizaram no evento, que teve como mote o agradecimento do senador A�cio Neves (PSDB-MG) � popula��o do Estado pela vota��o hist�ria que teve em S�o Paulo neste pleito, a t�nica principal foi a cr�tica � gest�o petista e o apoio �s manifesta��es de rua, por�m, dentro das regras democr�ticas e com respeito �s institui��es. "N�o somos contra o Brasil, mas contra os desmandos dos que est�o governando o Pa�s", disse FHC.
Segundo Fernando Henrique, hoje existe democracia no Brasil, portanto, � dever do seu partido e os coligados preservar a democracia e a liberdade, respeitando as regras do jogo e a Constitui��o. "Aceitando as derrotas e estando sempre dispostos - derrotados ou vitoriosos - a cumprir a lei e a defender o Brasil e este esp�rito brasileiro renasceu." E emendou que o Brasil saiu maior desta campanha, com mais vigor e n�o dividido.
Enquanto estava fazendo o seu discurso, o senador A�cio Neves foi interrompido por uma correligion�ria que cobrou o impeachment da presidente Dilma Rousseff, dizendo que amanh� ela iria estar nas ruas pedindo justamente isso. Em resposta, o tucano disse que defendia a manifesta��o do povo nas ruas, "mas dentro das regras democr�ticas". E frisou: "Nosso limite � o respeito � democracia."
Auditoria das elei��es
O senador Aloysio disse que o pedido de auditoria feito pelo PSDB a fim de verificar a lisura da elei��o presidencial j� foi deferido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e est�o sendo tomadas as provid�ncias, especialmente a constitui��o de uma comiss�o independente que o partido prop�s. "Isso n�o � para contestar o resultado dessas elei��es, mas para checar ponto a ponto todo o processo de credenciamento das urnas eletr�nicas, das modalidades de fiscaliza��o e apura��o dos resultados para que tenhamos maior seguran�a quanto � lisura das apura��es."