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Estado de Minas

Devassa na Petrobras revela elo petista no esquema de corrup��o

Pol�cia Federal prende ex-diretor da estatal, indicado pelo PT para o cargo, e mais 16 executivos de empresas ligadas a obras com a petrol�fera no valor de R$ 59 bilh�es


postado em 15/11/2014 06:00 / atualizado em 15/11/2014 07:36

Amanda Almeida,
Eduardo Milit�o, Naira Trindade
Andr� Shalders e Jo�o Valadares

Bras�lia – Oito meses depois de ser deflagrada, a Opera��o Lava a Jato levou � cadeia ontem mais um ex-diretor da Petrobras – Renato Duque – e 16 executivos, incluindo tr�s presidentes das maiores empreiteiras do pa�s, respons�veis por R$ 98,7 milh�es em doa��es na campanha eleitoral de 2014. Tamb�m foi preso Jayme Oliveira Filho, que seria ligado ao doleiro Alberto Youssef. A Pol�cia Federal cumpriu ainda 49 mandados de busca e apreens�o. Na s�tima fase da apura��o, classificada pela PF de “o ju�zo final”, a corpora��o e o Minist�rio P�blico Federal no Paran� recolhem provas do bra�o do esquema de corrup��o na Petrobras, detalhado nas dela��es premiadas de nove investigados, como o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da petrol�fera Paulo Roberto Costa.

Os mandados foram cumpridos em nove construtoras: Camargo Corr�a, OAS, Odebrecht, UTC, Queiroz Galv�o, Engevix, Mendes J�nior, Galv�o Engenharia e Iesa. Elas somam R$ 59 bilh�es em contratos apenas com a Petrobras. A megaopera��o incluiu o bloqueio de aproximadamente R$ 720 milh�es em bens pertencentes a 36 investigados. A nova fase se baseia, entre outros elementos, nos depoimentos dos nove delatores da Lava a Jato – al�m de Youssef e Costa, h� executivos que fizeram o acordo –, que apontaram esquema de pagamento de propina a pol�ticos por construtoras com contratos superfaturados na Petrobras.

De acordo com Costa, o suborno variava entre 2% e 3% do valor do contrato e era repassado para pol�ticos do PT, PMDB e PP. Mas eles n�o s�o o alvo, no momento. O objetivo da PF e do MPF agora � enquadrar os corruptores. Ou seja, as empreiteiras que pagaram a pol�ticos para garantir os contratos com a petrol�fera. Elas usaram documentos com ind�cios de fraude para justificar pagamentos feitos a empresas de fachada de Youssef.

O juiz S�rgio Moro, respons�vel pelo processo, lista uma s�rie de pagamentos que somam R$ 90 milh�es, muitos deles justificados por contratos e notas fiscais apresentados pelas construtoras, mas “com suspeita de terem sido produzidos fraudulentamente”. As pris�es dos executivos se justificam, segundo Moro, para que eles sejam impedidos de fugir do pa�s, destruir documentos ou fabricar provas fraudadas. De acordo com o coordenador de Pesquisa e Investiga��o da Receita Federal, Gerson Schaan, o uso de empresas de fachada e outros crimes levar� o Fisco a cobrar cerca de R$ 1 bilh�o em impostos n�o pagos, multas e juros das empreiteiras.

A atual fase da Lava a Jato chegou tamb�m a interlocutores dos partidos com empresas. Renato Duque, de acordo com a apura��o, era o operador do PT na Petrobras, sendo o respons�vel por negociar a propina com as empreiteiras. Foi expedido mandado de pris�o tempor�ria tamb�m contra o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB na Petrobras. Ele e outras duas pessoas entraram na lista de procurados da Interpol e do sistema nacional de procurados e impedidos por n�o terem sido encontrados ontem pela Pol�cia Federal.

A PF cumpriu ainda seis condu��es coercitivas – quando a pessoa � levada apenas para prestar depoimento e � liberada em seguida. Marice Corr�a Lima, cunhada do tesoureiro nacional do PT, Jo�o Vaccari Neto, e ex-coordenadora administrativa do PT nacional, foi uma das conduzidas. De acordo com as investiga��es, ela recebeu “valores vultosos em esp�cie” de Alberto Youssef, a pedido de construtora.

A opera��o ocorreu no Distrito Federal, Paran�, em S�o Paulo, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, e em Pernambuco. De acordo com a PF, os envolvidos responder�o pelos crimes de organiza��o criminosa, forma��o de cartel, corrup��o, fraude � Lei de Licita��es e lavagem de dinheiro.

Elo petista no esquema de corrup��o


Bras�lia – O ex-diretor de Servi�os da Petrobras Renato Duque era “o homem do PT” na engrenagem da corrup��o entranhada na Petrobras. Com fama de dur�o, o ex-gestor fez carreira na estatal. Engenheiro, entrou na empresa em 1978, mas foi no governo Lula, pelas m�os do ex-ministro Jos� Dirceu, que alcan�ou o alto escal�o da petrol�fera. Em 2003, no primeiro ano do PT � frente do Pal�cio do Planalto, virou diretor. A tinta de sua caneta ganhou mais for�a para chancelar contratos de empreendimentos bilion�rios, a exemplo da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

As investiga��es apontam que o ex-diretor fazia parte de um esquema que consistia no direcionamento de obras a um cartel das grandes empreiteiras que inseriam sobrepre�o nos contratos para depois distribuir comiss�es ao PT, ao PMDB e ao PP, que, inclusive, teriam usado o dinheiro na campanha eleitoral de 2010. Na Diretoria de Servi�os, Duque fazia a liga��o com o tesoureiro dos petistas, Jo�o Vaccari.

Ao lado do ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, Duque era respons�vel por contrata��es e compras da petrol�fera. No interrogat�rio na Justi�a Federal do Paran�, Costa afirmou que o colega fazia a liga��o com o tesoureiro do PT, Jo�o Vaccari, para o pagamento de propinas de contratos da �rea de Servi�os. Logo ap�s o interrogat�rio, Duque decidiu acionar a Justi�a contra as declara��es de Costa.

“A pris�o do Renato Duque � um constrangimento ilegal porque � injustificada e desnecess�ria. A regra � responder em liberdade”, afirmou ontem o advogado de Duque, Alexandre Lopes. Ele informou que n�o existe nenhuma a��o penal ajuizada contra Duque e que, at� o momento, ele n�o � acusado de nenhum crime.




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