Anota��es na agenda do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, delator da Opera��o Lava Jato, revelam liga��o entre Fernando Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB no esquema de propinas na estatal, e a Transpetro, subsidi�ria que atua no setor de navios, segundo investiga��o da Pol�cia Federal.
No caderno apreendido pelos agentes federais na casa de Costa, em mar�o, quando a opera��o foi deflagrada, as anota��es em sequ�ncia “FB” e “Navios” s�o interpretadas pelos policiais como Fernando Baiano e subsidi�ria da estatal, respectivamente. O registro indica tamb�m a data da reuni�o, com quem seria o encontro, assuntos e os valores de propina na Petrobras tratados entre o r�u confesso do esquema de corrup��o e o suposto operador do PMDB. Fernando Baiano est� com a pris�o decretada, mas fugiu.
A Pol�cia Federal suspeita que essa nova frente de investiga��o possa atingir o presidente licenciado da Transpetro S�rgio Machado, que chegou ao cargo em 2004 por indica��o do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Machado est� na mira das novas etapas da Lava Jato desde 8 de agosto, quando o delator afirmou em depoimento ter recebido em m�os R$ 500 mil de Machado. O pagamento, ocorrido em 2012, seria referente a uma propina por loca��o de navios, cuja negocia��o fora intermediada pela diretoria de Abastecimento da Petrobras, sob o comando de Costa.
Segundo eles, todos os grandes contratos da estatal tinham cobran�a de propina de at� 3% em um esquema de loteamento de diretorias na estatal pelo PT, PMDB e PP, que abasteceu tamb�m o PSDB e o PSB.
N�cleo empresarial
No mesmo item de assuntos a ser tratado no suposto encontro com “FB”, o delator da Lava Jato anotou siglas e nomes de executivos e empresas que se tornaram alvo da fase Ju�zo Final, a s�tima da Opera��o Lava Jato. A Pol�cia Federal est� convencida de que as iniciais QG s�o de Queiroz Galv�o, uma das empreiteiras sob suspeita da Ju�zo Final.
O nome entre par�ntesis � do executivo Ildefonso Colares, preso na sexta-feira. Os investigadores suspeitam que “R$ 3,0” significa R$ 3 milh�es. H� ainda a anota��o “Engevix (Gerson)”. Trata-se de Gerson Almada, outro dos 23 detidos na carceragem da Superintend�ncia da Pol�cia Federal, em Curitiba.
Em um dos computadores da empresa Costa Global, aberta em 2012 pelo ex-diretor de Abastecimento, depois que ele saiu da Petrobras, o nome de Fernando Soares, o Baiano, aparece associado a valores. Num deles, o montante � de R$ 2,1 milh�es. O registro foi anexada ao despacho do juiz federal S�rgio Moro nos pedidos de pris�o da Lava Jato.
Defesa
Por sua assessoria, Sergio Machado declarou “ser mentirosa e absurda a acusa��o feita contra si por Paulo Roberto Costa”. O criminalista M�rio de Oliveira Filho, que defende Baiano, foi enf�tico. “O sr. Fernando n�o � lobista, nem operador do PMDB, mas representante no Brasil de duas empresas espanholas.”
J� a Engevix, “por meio de seus advogados e executivos, prestar� todos os esclarecimentos que forem solicitados”, diz em nota. Queiroz Galv�o n�o respondeu � reportagem at� a conclus�o desta edi��o.