Bras�lia, 21 - O ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, defendeu nesta sexta-feira, 21, que haja "equil�brio" para que a eventual puni��o das empreiteiras envolvidas na Opera��o Lava Jato n�o impe�a a continuidade de obras p�blicas no Pa�s. "� fundamental que quem praticou atos il�citos seja punido, mas ao mesmo tempo temos que fazer com que a economia do Pa�s n�o seja atingida", disse Cardozo, classificando este como "um grande desafio".
"A legisla��o brasileira permite a possibilidade de combinarmos san��es duras e rigorosas com o saneamento necess�rio para que a vida econ�mica n�o seja atingida", disse Cardozo, ao deixar evento organizado pela Associa��o dos Magistrados Brasileiros, na tarde desta Sexta-feira.
Ele evitou entrar em detalhes sobre a opera��o que investiga corrup��o e pagamento de propina na Petrobras, sob o argumento de que � preciso, primeiro, punir "com provas". "N�o podemos a partir de suposi��es ou ind�cios ter conclus�es definitivas", disse Cardozo.
Nesta semana, o advogado de um dos investigados na Opera��o Lava Jato chegou a dizer que n�o se faz obra p�blica no Brasil "sem acerto". A opera��o investiga executivos das principais empreiteiras do Pa�s, como a Construtora Camargo Corr�a, a OAS, a Mendes J�nior, a Engevix, a Galv�o Engenharia, a UTC Engenharia, IESA e Queiroz Galv�o.
De acordo com o ministro da Justi�a, "como acontece em todo o canto do mundo", � preciso punir corruptos, mas ao mesmo tempo fazer com que a economia nacional n�o seja atingida.
Acesso � dela��o
O ministro chegou a dizer que o governo "tinha todo o interesse" em ter acesso �s informa��es relativas � Lava Jato, sem mencionar diretamente o conte�do da dela��o premiada do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e do doleiro Alberto Youssef. A inten��o, segundo o ministro, � tomar as medidas administrativas necess�rias em rela��o a denunciados.
O Supremo Tribunal Federal (STF) mant�m em sigilo o conte�do da dela��o, sem compartilhar os depoimentos com governo ou Congresso. "Se o Judici�rio entende que n�o � o momento para termos acesso a essas informa��es, temos que respeitar essas decis�es", avaliou Cardozo.
O ministro apontou que a Pol�cia Federal est� cumprindo seu papel com autonomia e defendeu que "sejam apenados no rigor da lei" aqueles que tiverem a culpa comprovada.