
Bras�lia – A senten�a do processo sobre desvios de dinheiro na Petrobras na Opera��o Lava a Jato est� pr�xima de ser proferida pelo juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, S�rgio Moro. A expectativa � que o caso seja julgado no m�s que vem, antes do recesso de Natal. Ser� a primeira senten�a ligada diretamente � petroleira. H� duas semanas, o juiz tentou apressar ainda mais o andamento do processo, mas recuou.
Considerando que o caso � “complexo”, ele deu 10 dias corridos ao Minist�rio P�blico para apresentar as alega��es finais, esp�cie de den�ncia final que repete os argumentos usados no in�cio da a��o criminal para condenar os acusados e � refor�ada por documentos e depoimentos tomados ao longo do processo.
A defesa teria mais 10 dias corridos para fazer sua alega��es. Mas Moro acabou estendendo esse prazo para 10 dias �teis, a pedido dos advogados. Eles argumentaram que o processo � muito grande e que n�o poderiam defender seus clientes em um caso complexo em pouco tempo.
O advogado dos empres�rios da Sanko Sider — que, segundo a den�ncia, serviu para lavar dinheiro da Petrobras — queria 20 dias �teis, quase um m�s, para fazer a pe�a de defesa final e tentar a absolvi��o de M�rcio Bonilho e Murilo Tena Barrios. A den�ncia diz que recursos da petroleira foram parar nas contas de uma empresa do doleiro Alberto Youssef, a MO Consultoria. Os acertos tiveram o aval do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Para chegar at� o doleiro, o dinheiro passou nas contas da empreiteira Camargo Corr�a e seguiu para a Sanko. Dali os recursos foram para a MO.
Depois das alega��es finais do MP, a defesa dos acusados dever� apresentar sua �ltima pe�a na expectativa de convencer o juiz da inoc�ncia de seus clientes. Entre eles, Youssef e Paulo Roberto Costa. O advogado do doleiro, Ant�nio Figueiredo Basto, acredita que seu cliente vai receber uma puni��o mais branda, apesar de o acordo de dela��o premiada dele n�o ter sido homologado ainda pelo Supremo Tribunal Federal (STF), j� que mencionou pol�ticos com foro privilegiado em suas acusa��es ao MP. Basto j� disse que o pr�prio juiz Moro trata Youssef como “r�u colaborador”, o que abre boas expectativas na defesa.
LARANJA
Outro processo mais adiantado � que apura lavagem de dinheiro por meio do laborat�rio Labogen, registrado em nome de Leonardo Meirelles. Para a PF, ele � laranja de Youssef, que usou a empresa para remeter dinheiro para o exterior, como a China, inclusive com origem na Petrobras. Nessa a��o criminal falta apenas responder a eventuais esclarecimentos a serem feitos pela defesa e abrir prazo para as alega��es finais.
Moro � um juiz conhecido por impedir medidas protelat�rias no processo. Dos 10 processos penais abertos em sua Vara derivados da Lava a Jato, ele j� deu senten�a em dois. O esquema movimentou R$ 10 bilh�es por meio de quatro doleiros, parte do dinheiro vindo de corrup��o na Petrobras e outra em crimes diversos e sem liga��o com a pol�tica.
DOIS CASOS DEFINIDOS
At� agora, dois casos da Lava a Jato j� tiveram senten�a. A primeira rendeu a condena��o do traficante internacional Ren� Luiz Pereira. Apesar de a acusa��o inicial apontar o doleiro como lavador de dinheiro para o com�rcio de drogas, Moro absolveu Youssef. Em 31 de outubro, Pereira pegou 14 anos de pris�o em regime fechado por tr�fico. O doleiro Carlos Habib Chater, um dos quatro piv�s da Lava a Jato, acabou condenado a cinco anos e meio de cadeia por lavagem. O juiz tamb�m puniu Nelma Penasso Kodama. A doleira foi condenada em 21 de outubro a 18 anos de cadeia por evas�o de divisas, ao remeter US$ 5,27 milh�es para o exterior. O advogado de Nelma, Ricardo Sein, recorreu da senten�a.