(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Petrobras vira sin�nimo de dor de cabe�a para pequeno investidor

A��es da estatal, que vive a maior crise da sua hist�ria, despencaram 50% em apenas dois meses. Analistas e at� quem aplicou poucos recursos na empresa acreditam na recupera��o


postado em 23/11/2014 06:00 / atualizado em 23/11/2014 07:44

'Acredito que, a partir de 2015, o cenário na Petrobras vai começar a melhorar e que vou lucrar com o investimento' - Adjutor Pereira Alvim Júnior, analista de sistemas(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
'Acredito que, a partir de 2015, o cen�rio na Petrobras vai come�ar a melhorar e que vou lucrar com o investimento' - Adjutor Pereira Alvim J�nior, analista de sistemas (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)

Queridinha do mercado de a��es h� seis anos, quando seus pap�is bateram a casa dos R$ 51, a Petrobras hoje � sin�nimo de dor de cabe�a para pequenos investidores que precisam lan�ar m�o dos recursos neste momento. A estatal – que vive a maior crise de sua hist�ria com as investiga��es sobre contratos superfaturados e pagamento de propina – viu suas a��es desvalorizarem 50% em apenas dois meses e, hoje, o valor � de pouco mais de R$ 14 – na sexta-feira fechou a R$ 14,30. Nos �ltimos cinco anos o pre�o m�dio dos pap�is caiu 64,37%.

O empregado do setor privado R.N., de 50 anos, conta que apostou na lucratividade do petr�leo e, em 2009, quando foi autorizado a aplicar parte de seu Fundo de Garantia do Tempo de Servi�o (FGTS) em a��es da Petrobras, n�o perdeu tempo. Fez dois investimentos, um de R$ 7 mil e, depois, mais R$ 5 mil. Em contraponto ao baixo rendimento do FGTS, R. viu sua aplica��o saltar para R$ 100 mil. Mas a crise veio e reduziu tudo a pouco mais de R$ 33 mil. Ainda assim, um ganho em rela��o ao trabalhador que optou pelo rendimento do fundo. O investimento na estatal chegou a ser recomendado pelo ent�o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, como “ bom para a Petrobras, para o trabalhador e para o Brasil”.

A queda assustadora do valor das a��es da Petrobras, uma das maiores petroleiras do mundo, no entanto, n�o assustou o analista de sistema Adjutor Pereira Alvim J�nior, de 46. Em mar�o deste ano, j� com a queda dos pap�is da estatal, o analista n�o pensou duas vezes e aplicou R$ 20 mil. Ele conta que sabia que o resultado do investimento seria de m�dio e longo prazo e n�o se preocupa com o aprofundamento da crise. “Acredito que, a partir de 2015, o cen�rio na Petrobras vai come�ar a melhorar e que vou lucrar com o investimento”, disse. Adjutor Alvim conta que viu na queda do pre�o do papel uma oportunidade, j� que comprou cada a��o por R$ 13. “Hoje (quinta-feira), elas ainda ca�ram um pouco, mas continua com valor em torno do que paguei. Sei que a estatal tem lucratividade”, afirmou.

J� o empres�rio Gustavo Dias Miranda, de 37 anos, tem uma perspectiva bem menos otimista. “Estou segurando os pap�is. � um dinheiro que est� empatado e n�o posso mexer, pois n�o vou realizar o preju�zo”, avalia. O empres�rio comprou cerca de 1 mil a��es a pre�o m�dio de R$ 32,50 cada e estima que se vendesse agora teria preju�zo de quase dois ter�os do valor investido. “Vou deixar investido e fazer disso uma previd�ncia privada. N�o acredito que recupere em curto ou m�dio prazo”, afirma.

Gustavo lembra que quando decidiu investir na empresa a perspectiva era excelente com as descobertas do pr�-sal. “A empresa apresentava estabilidade e aparentava ter uma boa governan�a”, destaca. A esperan�a do empres�rio � que a Opera��o Lava a Jato, da Pol�cia Federal consiga estancar as fraudes e recuperar o valor da Petrobras.

IRREAL

Se para os mais cautelosos n�o � hora de comprar, para o consultor de finan�as e professor de economia Paulo Vieira o momento tamb�m n�o � para vender. “Agora � o pior momento para vender. Ao ver a desvaloriza��o, o investidor, especialmente aquele que n�o � um profissional da bolsa, tem a rea��o natural de fazer cessar a perda. O pre�o do papel da Petrobras n�o corresponde ao seu valor patrimonial”, afirma Vieira. Uma aposta que motivou tamb�m o investidor da bolsa Ednaldo Pinheiro, de 50, que opera diariamente no mercado de capitais h� 10 anos. “Recentemente, vendi toda a minha carteira de a��es da Petrobras pelo pre�o unit�rio de R$ 23 e, agora, comprei de volta pelo valor de R$ 13. Sei que a crise vivida pela estatal � completamente tang�vel. A empresa tem ativos fortes e os barris de petr�leo est�o l�, sem considerar que � uma das maiores petroleiras do mundo”, defende.

Segundo Pinheiro, o investimento nas a��es da Petrobras n�o significa, necessariamente, um investimento a longo prazo. Ele acredita que uma simples sinaliza��o da presidente eleita em rela��o � escolha do ministro da Fazenda pode fazer os pap�is subirem de 8% a 9% ou mais, em apenas um dia (veja quadro). “O PT n�o � bobo e quer agradar ao mercado, especialmente, se o escolhido para a pasta for um homem que atua nele, como o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco. Assim, a valoriza��o poder� ser de curt�ssimo prazo”, profetiza. Ele tamb�m avalia que o pre�o da a��o da estatal � irreal porque equivale ao pre�o de um sandu�che. “Imagina! O papel t� valendo menos que um Big Mac!”, afirma.

META ADIADA
Sem d�vida, a crise na Petrobras frustou os planos dos seus diretores, quando decidiram abrir a carteira de a��es para pessoas f�sicas, em 2009. A expectativa era de que, em 2014, somente esse grupo chegaria a 5 milh�es de investidores. Mas, hoje, o n�mero n�o ultrapassa a casa dos 600 mil. A ideia de chegar a esse contingente agora ter� que ser adiada para 2018, dependendo da sinaliza��o do governo.

Mais cauteloso, Marcelo Domingos, gestor de investimento da DLM Invista Corretora aconselha que o pequeno investidor da estatal, antes de decidir pela venda ou compra de a��es, deve analisar pelo menos tr�s cen�rios. O primeiro deles � o comprometimento da gest�o da empresa com o investidor. No caso da Petrobras, que tem gest�o estatal, ele lembra que houve represamento de pre�o dos combust�veis para conter a infla��o, o que n�o teve converg�ncia com o interesse do investidor.

Ao lado disso, � preciso ainda analisar se o ambiente empresarial � saud�vel ou se precisa melhorar. Se houver troca no comando, se a nova dire��o est� tomando as medidas necess�rias para se ajustar aos trilhos para voltar � lucratividade. “Finalmente, � preciso ainda ver se a empresa tem s�cios respons�veis, uma gest�o com transpar�ncia e lucro com sustentabilidade. Atualmente, n�s que trabalhamos com fundos, n�o temos Petrobras”, explica. Em concord�ncia com Pinheiro, Domingos diz que fatos pol�ticos podem alterar os fatos, como o novo ministro da Fazenda, sua pol�tica de repasse de pre�os pelo governo e qu�o livre eles v�o ficar. (Colaboraram Daniel Camargos e Alessandra Mello)


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)