
Bras�lia – Apresentados em conversas reservadas como os escolhidos para compor o governo no segundo mandato, os futuros ministros da Agricultura, K�tia Abreu (PMDB), e da Fazenda, Joaquim Levy, aproximam uns e afastam outros. Desde sexta-feira, quando o Planalto decidiu vazar os nomes como fechados pela presidente Dilma Rousseff, os mercados se acalmaram, o agroneg�cio idem. Mas, se o nome de Levy foi visto com uma certa dose de decep��o pelos economistas do PT, o de K�tia Abreu fez estrilar o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). Para completar, na seara pol�tica, o nome de K�tia desagradou em especial � bancada do PMDB.
O MST foi mais al�m das simples reclama��es. No �ltimo s�bado, o movimento ocupou uma fazenda de milho no Rio Grande do Sul como forma de protesto contra a senadora, e ainda divulgou um texto “Bem-vinda K�tia Abreu”, anunciando novas invas�es.
Essas rea��es terminaram ampliadas porque Dilma adiou o an�ncio oficial, passando a muitos a ideia de que s� aumentou, ao longo dos �ltimos anos, aquilo que os aliados esperam ser uma p�gina virada: a dificuldade de a presidente tomar decis�es sem infinitas idas e vindas nas negocia��es.
K�tia Abreu � citada pelo PMDB como cota pessoal de Dilma, pelo que fez na campanha defendendo a presidente dos ataques dos ruralistas. A senadora entrou no PMDB pelas m�os de Michel Temer com as b�n��os de Dilma e sem aval, seja da bancada peemedebista na C�mara ou no pr�prio Senado. Entre os senadores, incomodou o fato de K�tia, rec�m-chegada ao partido, ser escolhida para ministra, enquanto h� uma fila de senadores peemedebistas esperando.
A �ltima vez que a presidente chamou um senador peemedebista para compor seu governo foi quando sondou Eun�cio Oliveira (PMDB-CE) para o Minist�rio da Integra��o no sentido de tir�-lo da disputa pelo governo do Cear�. Vital do R�go Filho, da Para�ba, j� chegou a ponto de ter sido indicado e nunca chamado. Agora, est� cotado para ocupar vaga no Tribunal de Contas da Uni�o (TCU). O PMDB tem ainda dois senadores ministros que devem deixar o governo – Edison Lob�o, de Minas e Energia; e Garibaldi Alves, da Previd�ncia. At� agora, n�o h� o menor sinal de que outros ser�o chamados a compor a equipe de Dilma.
Milit�ncia
Se os problemas fossem apenas dentro do PMDB, Dilma estaria bem. Mas K�tia tamb�m n�o agradou aos militantes petistas que defenderam a presidente com toda a garra no per�odo mais cr�tico da campanha. As alas mais � esquerda do PT ficaram em polvorosa com a not�cia de que K�tia foi escolhida para compor o governo. Tampouco comemoraram a chegada de Joaquim Levy � equipe econ�mica, tido como algu�m da ortodoxia em seu estado puro (ou seja, dos cortes e ajuste fiscal rigoroso).
Dilma planeja concluir a reforma at� 19 de dezembro, a sexta-feira antes do Natal. At� aqui, n�o anunciou oficialmente nenhum nome e politicamente s� colecionou problemas. A demora, observam seus aliados, pode passar mais um sentimento de fraqueza do que de cautela, algo que n�o soaria bem neste momento.