Depois assinar um abaixo-assinado no qual cobra da presidente Dilma Rousseff coer�ncia entre o discurso de campanha e pr�ticas de governo, o te�logo Leonardo Boff disse nesta quarta-feira que a presidente "deve fazer um jogo equilibrista" na indica��o dos novos ministros do segundo mandato. Boff se reuniu por cerca de uma hora e meia com Dilma no Pal�cio do Planalto, em audi�ncia acompanhada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Frei Betto e representantes do Grupo Ema�s tamb�m participaram da conversa.
Boff foi um dos intelectuais de esquerda e representantes de movimentos sociais que, ap�s apoiarem a reelei��o de Dilma, assinaram um abaixo assinado online no qual cobram da presidente "coer�ncia entre discurso de campanha e pr�ticas de governo". O ex-secret�rio do Tesouro e executivo do banco Bradesco Joaquim Levy, indicado para o Minist�rio da Fazenda, e a senadora K�tia Abreu (PMDB-TO), escolhida para a Agricultura, s�o os principais alvos do texto.
"H� retic�ncia sobre certos nomes, que nos preocupam. Mas, por outro lado, sabemos que ela (Dilma) tem uma m�o firme, n�o se deixa conduzir. Ela conduz, o que nos d� uma certa tranquilidade", minimizou o te�logo. Questionado se n�o h� contradi��o na indica��o de Joaquim Levy - ap�s a campanha de Dilma acusar a rival Marina Silva (PSB) de ser subserviente aos bancos, por conta do seu programa de governo ser coordenado pela educadora Neca Set�bal, herdeira do Banco Ita� -, Boff desconversou.
"Eu n�o quero julgar porque, primeiro, nem � certo que sejam nomeados. Tudo est� em discuss�o ainda. E n�s n�o discutimos isso, n�o quero falar sobre coisas que n�o discutimos", disse. Durante a audi�ncia, Boff entregou � presidente uma carta na qual pede que seja refor�ado "um modelo econ�mico mais social e popular". O grupo tamb�m pede uma auditoria da d�vida p�blica, a realiza��o da reforma agr�ria e a imposi��o de restri��o a transg�nicos e agrot�xicos.