Derrotada no 1º turno das elei��es presidenciais, a ex-ministra Marina Silva (PSB) afirmou nesta sexta-feira que o an�ncio da nova equipe econ�mica n�o vai ser o suficiente para recuperar a credibilidade do governo da presidente Dilma Rousseff. Em nota, ela elogia os nomes escolhidos para os minist�rios da Fazenda e do Planejamento, mas diz que h� d�vidas se de fato eles ter�o "autonomia" para fazer os ajustes que o Pa�s precisa, como controlar a infla��o e diminuir os gastos p�blicos.
"O governo federal gerou tantas incertezas nos �ltimos anos que apenas novos nomes, por mais consistentes que sejam, n�o v�o resgatar a credibilidade", diz o texto. Na quinta-feira, o governo confirmou o economista Joaquim Levy como ministro da Fazenda, Nelson Barbosa para o Planejamento e a perman�ncia de Alexandre Tombini na presid�ncia do Banco Central.
Marina cobrou ainda mais transpar�ncia do governo, n�o s� para acabar com as "maquiagens cont�beis", mas tamb�m para que a popula��o tenha acesso �s informa��es sobre as pol�ticas p�blicas em geral. A ex-ministra tamb�m acusou Dilma de mentir sobre a situa��o econ�mica do Pa�s durante as elei��es. Segundo a ex-ministra, a ent�o candidata � reelei��o n�o apresentou um programa de governo porque, sen�o "teria que sair do mundo colorido do marketing eleitoral e fazer, no mundo real, o que tanto criticou na campanha".
Desigualdade
J� o presidente em exerc�cio da For�a Sindical, Miguel Torres, criticou a nova equipe econ�mica da presidente Dilma Rousseff. Em nota enviada � imprensa, ele afirma que a indica��o de Joaquim Levy, considerado um economista ortodoxo, para o Minist�rio da Fazenda demonstra, no m�nimo, "miopia grave", "pois atropela as ideias desenvolvimentistas e de redu��o da desigualdade".
Para Torres, isso sinaliza que as discuss�es sobre gasto social, sal�rio m�nimo e sustentabilidade da Previd�ncia Social est�o "amea�adas", na medida em que passar�o a ser coadjuvantes na pol�tica do governo. "A For�a Sindical n�o vai permitir que pol�ticas restritivas retirem direitos dos trabalhadores", afirma. O presidente em exerc�cio da For�a diz ainda que a indica��o de Levy sinaliza que a Fazenda e o Banco Central v�o reeditar com "m�os de ferro" o chamado trip� macroecon�mico.
O termo, utilizado por economistas ortodoxos, prev� o controle da infla��o, c�mbio flutuante e super�vit prim�rio para reduzir a rela��o d�vida p�blica/PIB. "Tudo leva a crer que a criatividade desse governo � limitad�ssima, pois prefere adotar um leque de medidas ortodoxas e contracionistas para o enfrentamento da crise, para o deleite, sobretudo, do mercado, ratificando a nossa servid�o volunt�ria ao mercado financeiro, em vez de priorizar o crescimento econ�mico", criticou.
Torres avalia que a indica��o mostra que o governo tem menos convic��o sobre o crescimento econ�mico sustent�vel, e "repare nem estamos falando em desenvolvimento econ�mico". "O Brasil parece reeditar medidas que n�o suplantam as nossas mazelas", diz o dirigente da For�a Sindical, cujo presidente licenciado � o deputado federal Paulinho da For�a, presidente do Solidariedade, que coordenou a �rea sindical da campanha do candidatado do PSDB � Presid�ncia, A�cio Neves.
Super�vit prim�rio
Na nota, Torres critica que o discurso de Joaquim Levy de gera��o de super�vit prim�rio "desnuda o anacr�nico conflito distributivo brasileiro". Em entrevista � imprensa ontem no Pal�cio do Planalto, o futuro ministro da Fazenda anunciou a meta de economizar 1,2% do PIB para pagar juros da d�vida p�blica em 2015 e acima de 2% em 2016 e 2017. Segundo Levy, alcan�ar essas metas � essencial para obter confian�a, criar a base para o Pa�s crescer e consolidar avan�os sociais.
"Ora, a propalada redu��o do gasto p�blico vai atingir a quem? Segundo os 'analistas' de plant�o, � preciso adotar medidas duras para garantir espa�o fiscal a fim de atingir a meta de super�vit prim�rio, mas o Brasil n�o � o quarto maior super�vit prim�rio do G20, segundo o FMI? Al�m disto, nosso pa�s � o primeiro no mundo quando se fala em taxa de juros. Por que � proibido falar em redu��o dos juros no Pa�s?", questionou o presidente da For�a Sindical na nota.