Uma planilha com informa��es sobre cerca de 750 contratos envolvendo grandes empreiteiras do Pa�s e �rg�os p�blicos, em especial a Petrobr�s, encontrada com Alberto Youssef, � para a for�a-tarefa da Opera��o Lava Jato o mapa dos neg�cios em que o doleiro atuou entre 2009 e 2012.
O documento tem servido para os investigadores chegarem a outras empresas, setores da administra��o e pessoas que podem ter pago propina na lavanderia que alimentou o caixa 2 do PT, PMDB, PP, PSDB e PSB.
Chega a R$ 11 bilh�es o valor global dos contratos que ele teria intermediado. “Os valores abrangem uma ampla gama de grandes empreiteiras e per�odos, onde se infere que o esquema criminoso vai muito al�m das obras contratadas pela Petrobr�s”, afirma a Pol�cia Federal no relat�rio da Opera��o Ju�zo Final - s�tima fase da Lava Jato -, quando pediu a pris�o do n�cleo empresarial do esquema de corrup��o e propina na estatal petrol�fera, no dia 14.
“O esquema � muito maior do que a mera Diretoria de Abastecimento da Petrobr�s, mas abrange sim uma estrutura criminosa que assola o Pa�s de Norte a Sul, at� os dias atuais”, afirma a Lava Jato.
Youssef confessou que atuava na Petrobr�s, via diretoria de Abastecimento, arrecadando e movimentando propina de 1% dos contratos para o PP. O PT e o PMDB tamb�m controlavam o esquema que captava at� 3% dos neg�cios da estatal para abastecer campanhas eleitorais entre 2004 e 2012.
O portf�lio de contratos revela � PF o mapa dos neg�cios de Youssef que alcan�ou a Argentina e o Uruguai. Uma das obras � a constru��o do Est�dio Itaquer�o, em S�o Paulo, para a Copa do Mundo. A Sacs, empresa contratada para remover tubula��o da Petrobr�s no terreno, aparece como “cliente”. A intermedia��o renderia ao doleiro R$ 1,3 milh�o, segundo o registro.
Para a Pol�cia Federal, o documento encontrado na casa de Youssef � “um apanhado de projetos quase sempre ligados a propostas de grandes construtoras para empresas p�blicas, cerca de 750 projetos compreendidos no per�odo de 2 de fevereiro de 2009 a 4 de maio de 2012”.
O doleiro disse que sua comiss�o nos neg�cios variava de 3% a 15%. “� claro o envolvimento de Youssef e seu grupo com grandes empreiteiras, e atrav�s da planilha apreendida, pode-se deduzir que Youssef tinha um interesse especial nos contratos dessas empresas, onde de alguma forma atuava na intermedia��o”, diz a PF.
“Para cada projeto destacado h� um cliente vinculado, geralmente uma grande construtora, e para cada cliente h� um cliente final, quase sempre empresas p�blicas como Petrobr�s, Copasa, Comperj e algumas empresas privadas.”
Petrobr�s
Cerca de 60% dos contratos s�o relativos � Petrobr�s, inclusive a constru��o de um pr�dio em Santos (SP), e subsidi�rias. Uma �nica obra teria rendido ao doleiro R$ 43 milh�es. “O documento demonstra a ampla gama de abrang�ncia e diversidade dos neg�cios do doleiro.” A Justi�a Federal no Paran�, base da Lava Jato, tem destacado que a Petrobr�s � v�tima da organiza��o liderada por Youssef e pelo ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa. A Sacs, da obra do Itaquer�o, n�o respondeu ao contato por e-mail.