Bras�lia - O senador A�cio Neves (PSDB-MG) acusou a presidente Dilma Rousseff de estabelecer um pre�o para cada parlamentar, referindo-se ao decreto da petista publicado na segunda-feira, 1º, que condicionou a libera��o de emendas parlamentares individuais � aprova��o do projeto de lei que altera a Lei de Diretrizes Or�ament�rias (LDO) e flexibiliza a meta do super�vit prim�rio.
Deputados e senadores est�o reunidos nesta quarta-feira, 03, para votar dois vetos presidenciais que precisam ser analisados antes que as mudan�as nas regras da pol�tica fiscal entrem em vota��o. A proposta, que permite que todos os investimentos do Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC) e as desonera��es tribut�rias sejam descontadas da economia m�nima para o pagamento dos juros da d�vida p�blica, � tratada como prioridade total pelo Pal�cio do Planalto. Ao vincular a execu��o de R$ 444 milh�es em emendas individuais � aprova��o do projeto, Dilma passou a ser acusada pela oposi��o de estar "chantageando" sua base.
No in�cio de sua fala, A�cio disse que os aliados do Planalto est�o buscando "anistiar Dilma pelo crime de responsabilidade". Ele tamb�m criticou o fato de o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que comanda a reuni�o desta manh�, ter determinado que as galerias fiquem vazias hoje, em raz�o do tumulto ocorrido ontem � noite, quando houve agress�es entre seguran�as do Legislativo e manifestantes que acompanhavam a sess�o.
"O Congresso Nacional est� hoje ferindo de morte um dos pilares da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)", afirmou A�cio. Ele tamb�m alegou que, durante as elei��es, a presidente Dilma omitiu informa��es da popula��o. "Se estamos votando hoje esse projeto , � porque n�o foi dado � popula��o conhecer a verdade do que ocorria no Brasil", afirmou A�cio.
O senador elencou ainda declara��es da presidente Dilma durante a campanha eleitoral, nas quais a petista garantiu que o Brasil convivia com a infla��o sob controle, um bom desempenho fiscal, sem perdas de direitos trabalhistas e sem a necessidade de choques de gest�o. Citou em seguida que a infla��o permanece no teto da banda de toler�ncia da meta, que o Banco Central elevou a taxa de juros e que a nova equipe econ�mica sinaliza para um arrocho a partir de 2015. "Nas elei��es, n�o foi a verdade que prevaleceu", concluiu A�cio.
Bolsonaro
O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) foi ovacionado pelos manifestantes que tentavam entrar no Congresso Nacional para acompanhar a vota��o do projeto que altera a LDO. Eles foram impedidos de entrar nesta manh� depois de uma confus�o generalizada com a Pol�cia do Senado nas galerias da C�mara na noite de ter�a-feira. A sess�o foi encerrada pelo presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL).
"Isso aqui � a ditadura do PT. Negar a galeria para voc�s � um crime. Se fossem os marginais do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), o PT tinha botado para dentro", disse Bolsonaro. Para o deputado, aprovar o PL 36 � "apoiar um crime, um estelionato".
"Com essa turma do PT que est� a�, estamos partindo para uma ditadura", afirmou Bolsonaro, dizendo ainda que "a direita vai se fazer presente em 2018".
Os manifestantes retrucaram gritando "Vai ser em 2015", "Bolsonaro presidente" e "Bolsonaro, guerreiro do povo brasileiro".