Bras�lia, 03 - O ex-diretor de G�s e Energia da Petrobras Ildo Sauer afirmou nesta quarta-feira, 3, que deixou a companhia em 2007 por ter tido "diverg�ncias pol�tico-administrativas" com a ent�o ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. "Eu continuo achando que me demitiram, que eu n�o estava sendo adequado para a pol�tica que estavam implementado", afirmou Sauer, em depoimento informal � CPI mista da Petrobras e em entrevista a jornalistas.
Ap�s falar que n�o sabia do esquema de corrup��o, ele disse preferir n�o "pensar" que foi demitido porque n�o queria fazer parte do esquema de corrup��o, conforme relatou o ex-diretor Paulo Roberto Costa em dela��o premiada.
Ildo Sauer afirmou que desde 1992 participou da equipe de assessoria do Instituto Lula, tendo participado de elabora��es do programa de governo do ent�o presidente eleito. Segundo ele, ap�s as elei��es, foi a ent�o ministra-chefe de Minas e Energia, Dilma Rousseff, quem lhe disse que o presidente Luiz In�cio Lula da Silva queria que ele aceitasse um cargo na diretoria da estatal.
Sauer foi nomeado para a diretoria em janeiro de 2003 e ficou no cargo at� setembro de 2007. Ele n�o quis comentar a declara��o de Paulo Roberto de que todas as indica��es para a estatal s�o pol�ticas.
Pasadena
O ex-diretor afirmou que toda documenta��o sobre a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), indicava se tratar de um "bom neg�cio". Em depoimento informal � CPI mista da Petrobras, ele disse que n�o pode falar se houve irregularidade na opera��o.
Sauer votou a favor da compra da metade da refinaria na Diretoria Executiva, decis�o essa que balizou o apoio do Conselho de Administra��o da estatal favor�vel � negocia��o em 2006. A presidente Dilma Rousseff era a presidente do conselho da estatal nessa ocasi�o.
"Toda a documenta��o que eu recebi n�o me autorizava a votar contra. Eu como diretor de G�s e Energia recebo uma proposta da Diretoria Internacional, secundada pela especialista da �rea, que � a de Abastecimento e Refino, que me diz que este investimento daria um ganho l�quido ao longo da vida �til do projeto de U$S 795 milh�es e que se fizesse altera��es adicionais, chegaria a US$ 1 bilh�o e pouco, eu n�o ia ter como explicar por qu� (eventualmente votaria contra). N�o tinha como", afirmou.
Sauer apresentou � comiss�o um relat�rio que ele preparou no qual analisou a opera��o. Ele discordou das avalia��es de que a refinaria teve um pre�o "muito alto", mas ressalvou que n�o chegou a visitar a refinaria. Ou seja, sua an�lise se restringiu apenas � documenta��o.
O ex-diretor n�o quis se pronunciar sobre a decis�o do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) de ter livrado a atual presidente da estatal, Maria das Gra�as Foster, do bloqueio de bens em raz�o do preju�zo estimado em US$ 792 milh�es com a compra da refinaria. "N�o posso opinar sobre ela. Quem tem que opinar � o TCU", disse.
Sauer afirmou ainda que houve um "equ�voco" do TCU ao, nessa mesma decis�o, ter bloqueado seus bens por uma decis�o de 2009, sendo que ele saiu dois anos antes. "Mas j� foi reparado", disse.
Sauer repetiu as cr�ticas feitas em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo em setembro, de acordo com a qual a presidente Dilma Rousseff prefere procurar "culpados" quando se depara com dificuldades. "Eu sempre achei que ela tinha mais habilidade em buscar culpados do que apontar solu��es", afirmou Sauer, em depoimento informal � CPMI.
Segundo ele, l�der � aquele que orienta e assume o que aconteceu, independentemente de se, no futuro, a escolha ser� certa ou errada. Na entrevista de setembro, Sauer fez um coment�rio sobre Dilma ter se baseado num resumo "falho" para aprovar a compra da metade da Refinaria de Pasadena, no Texas, Estados Unidos. Na ocasi�o, o ex-diretor da �rea de G�s e Energia da Petrobras disse que a conhecia havia 14 anos e que ela se "notabiliza por procurar um culpado quando sempre aparece um problema".
Mais cedo, Sauer afirmou que foi nomeado para a diretoria em janeiro de 2003 e ficou no cargo at� setembro de 2007. Conforme o ex-diretor da �rea de G�s e Energia, ap�s as elei��es de 2002, foi a ent�o ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, quem lhe disse que o presidente Luiz In�cio Lula da Silva queria que ele aceitasse um cargo na diretoria da empresa.