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Estado de Minas OS "FILHOTES" DA LAVA-JATO

Procuradores e PF v�o investigar propinas em obras de energia e infraestrutura

Depois dos desvios na maior estatal brasileira, investiga��es voltam tamb�m em esquemas de desvios de dinheiro p�blico em obras de outros setores, como energia, aeroportos e hidrel�tricas


postado em 08/12/2014 06:00 / atualizado em 08/12/2014 08:11

Um dos focos de interesse das investigações que começam a ser preparadas em decorrência da Lava-Jato é a Usina Hidrelétrica de Belo Monte (foto: Carlos Vieira/CB/D.A Press)
Um dos focos de interesse das investiga��es que come�am a ser preparadas em decorr�ncia da Lava-Jato � a Usina Hidrel�trica de Belo Monte (foto: Carlos Vieira/CB/D.A Press)

Bras�lia
– Sem aceitar o acordo proposto pelas empreiteiras para se livrar de puni��es na Opera��o Lava-Jato, investigadores do considerado “maior esc�ndalo de corrup��o” da hist�ria brasileira miram em outros esquemas e desmandos. Tanto no Minist�rio P�bico quanto na Pol�cia Federal, a ordem � terminar de apurar os desvios na Petrobras e preparar novas frentes de apura��o em obras realizadas em setores como energia, aeroportos e hidrel�tricas.

O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, da for�a-tarefa no Paran�, reitera o que afirmou o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, no s�bado: � imposs�vel aceitar o acordo proposto pelas empreiteiras, que consiste em pagar multas e se livrar da cadeia e do encerramento dos contratos com a administra��o p�blica – que, na pr�tica, levaria as empresas � fal�ncia. Ele est� de olho em novos esquemas.

Na pr�tica, s� seria poss�vel um acordo se, al�m de serem mantidas as penas de pris�o, multas bilion�rias e san��es administrativas, os executivos entregassem “novos fatos criminosos” ainda ignorados pelo Minist�rio P�blico Federal, inclusive al�m da Petrobras. Isso porque j� existem provas para condenar os corruptores em rela��o aos desvios na estatal. Nessa possibilidade, considerada bastante remota, eles poderiam obter pris�es domiciliares, a exemplo do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.

“N�o dependo de provas para a Petrobras”, disse Carlos Fernando ao Estado de Minas no fim de semana. “N�o adianta ele (o empreiteiro) vir me confessar porque, agora, j� tenho provas da maior parte dos il�citos”, completou. O presidente da Associa��o Nacional dos Delegados de Pol�cia Federal (ADPF), Marcos Le�ncio Ribeiro, entende que a Lava-Jato est� “na fase final” e vai gerar seus filhotes. “A quest�o tamb�m � que � uma opera��o que j� est� chegando ao fim e vai dar origem a v�rias outras”, explicou. “O objetivo da opera��o em si est� esgotado.” Ele diz que v�rios novos inqu�ritos ser�o abertos. Provavelmente at� quarta-feira o Minist�rio P�blico oferece den�ncia contra seis empreiteiras, 11 executivos e o ex-diretor da petrol�fera Paulo Roberto Costa.

Le�ncio destaca que o processo penal da Petrobras em andamento est� prestes a ser sentenciado pelo juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, S�rgio Moro. Nele, foi denunciado apenas um embri�o do esquema, mostrando que dinheiro desviado da Petrobras foi lavado por meio da Camargo Corr�a, da fornecedora de tubos Sanko Sider, do empres�rio M�rcio Bonilho, e de uma rede de empresas de fachada do doleiro Alberto Youssef, considerado um dos l�deres do esquema.

Foi Bonilho quem produziu a lista de 747 obras, apreendida com Youssef, e que mostra prospec��o de neg�cios em v�rias partes do Brasil e do mundo. A rela��o inclui empreendimentos privados e p�blicos, a exemplo do aeroporto de Manaus e do Porto de Mariel, em Cuba. Nos interrogat�rios das dela��es premiadas dos executivos da Toyo Setal Augusto Mendon�a e J�lio Camargo, os policiais j� questionaram sobre eventual envolvimento deles em obras como da Infraero e da usina de Belo Monte, no Par�. Um laranja de Youssef contou que o doleiro utilizou um esquema de cr�ditos tribut�rios para desviar R$ 6 milh�es para uma empresa controlada por ele. No mesmo esquema, a Petrobras � investigada por injetar R$ 180 milh�es na conta de construtoras que, suspeita-se, receberam em duplicidade com em financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) ao governo de Mato Grosso.

Todos esses esquemas v�o ficar “na fila”, incluindo a lista de obras, segundo um delegado da Lava-Jato. Carlos Fernando diz que a planilha dos empreendimentos fez parte dos questionamentos na dela��o de Youssef, mas que s� ser� analisada depois que voltar do Supremo Tribunal Federal (STF), onde est� sob an�lise por conter tamb�m acusa��es a parlamentares. “Vamos ouvir o delator e analisar a contabilidade e movimenta��o financeira dele. S� a palavra dele � suspeita. E esse documento tamb�m me parece suspeito. Tem que achar mais provas”, finaliza o procurador.

Preju�zo bilion�rio crescente

Bras�lia – A investiga��o do esquema na Petrobras indicou que uma organiza��o criminosa montou um projeto de corrup��o e superfaturamento a partir de um cartel de empreiteiras na estatal. De in�cio, a Lava-Jato identificou que quatro doleiros movimentaram R$ 10 bilh�es em crimes diversos, de tr�fico de drogas a estelionato, chegando � corrup��o na petroleira e “branqueamento” de recursos do mensal�o. O valor desviado ainda � incerto, mas, considerando o superfaturamento de 1% a 3% dos R$ 59 bilh�es em contratos do “clube” de construtoras, � poss�vel estimar um preju�zo de R$ 590 milh�es a R$ 1,77 bilh�o.

A quantia pode ser ainda maior. Uma planilha com 747 obras, apreendida com o doleiro Alberto Youssef, e depoimento do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa mostram que o esquema se espalhou para outras obras p�blicas e privadas em todo o Brasil. S� isso j� torna o esc�ndalo forte candidato a derrubar outros casos de corrup��o no pa�s.
A estimativa de desvios do mensal�o do PT � de R$ 150 milh�es. O preju�zo apontado pela CPI dos An�es do Or�amento, em 1993, foi de “alguns bilh�es”, segundo relat�rio feito pelo ministro Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). No Tribunal Regional do Trabalho de S�o Paulo, de 1997, e que resultou na pris�o do ex-senador Luiz Est�v�o, foram R$ 169 milh�es em valores n�o corrigidos ou R$ 2 bilh�es incluindo as multas. No caso Banestado, foram remetidos R$ 2 bilh�es ao exterior. (EM)


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