S�o Paulo - Laudo da Pol�cia Federal indica que o Posto da Torre, apontado pelos investigadores da Opera��o Lava Jato como uma esp�cie de "caixa eletr�nico da propina" em Bras�lia, gerenciou contas que movimentaram pelo menos R$ 10,8 milh�es entre 2007 e 2014. A per�cia mostra que o dinheiro transitou por 375 contas ainda sob investiga��o da PF.
Chater foi citado em uma das dela��es premiadas feita pelo doleiro Alberto Youssef, personagem central nas investiga��es, como sendo um dos intermedi�rios da propina a agentes p�blicos e pol�ticos no esquema de corrup��o que operou na Petrobr�s. Youssef � o principal acusado de lavar dinheiro desviado de contratos superfaturados da estatal para pol�ticos.
Os documentos em poder da PF n�o revelam os titulares das contas analisadas na per�cia. Todas elas, inclusive, aparecem criptografadas nos laudos analisados na per�cia, o que impede os investigadores de rastrear o dinheiro movimentado. "Havia 375 contas no arquivo examinado. N�o � poss�vel precisar o tipo das contas, pois todas estavam classificadas como 'banco'", diz o documento.
Os dados obtidos pela pol�cia sobre a contabilidade do posto eram sistematizados em um programa de computador chamado Money. Segundo o laudo assinado pelo perito Ricardo Penck Benazzi, o software pode ser usado para "controle paralelo de contabilidade de pequenas e m�dias empresas".
"Devido a sua versatilidade, pode ser usado tamb�m com algumas restri��es para controle paralelo de contabilidade de pequenas e m�dias empresas", diz.
Funcionamento
O programa de computador foi citado por um dos s�cios de Chater em depoimento prestado � Justi�a Federal. R�u confesso, Ediel Viana da Silva admitiu ao juiz S�rgio Moro, que conduz os processos da Lava Jato em Curitiba, que o posto era um local usado pelos pol�ticos para receber dinheiro de propina. Apesar de o posto ser considerado um "caixa eletr�nico" pela Pol�cia Federal, as opera��es eram feitas manualmente sem uso de equipamento eletr�nico para saques.
"O dinheiro entrava no Money (sistema de contabilidade do Posto da Torre) como sa�da de devolu��o", disse Viana � Justi�a. Em seu depoimento, Viana confirmou tamb�m que o ex-deputado Pedro Corr�a, que foi presidente do PP, "levou valores" enviados por Youssef, nas vezes em que esteve no posto.
O advogado de defesa do ex-parlamentar afirmou que n�o vai comentar sobre o depoimento prestado por Viana � Pol�cia Federal at� ter acesso ao conte�do da dela��o do doleiro ao longo das investiga��es.
O laudo foi finalizado pela PF em outubro e incorporado aos autos da Opera��o Lava Jato s�bado passado. A per�cia foi autorizada pelo juiz S�rgio Moro, que j� classificou Chater como "criminoso dedicado � pr�tica de lavagem de dinheiro e de crimes financeiros no �mbito do mercado negro do c�mbio".