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Estado de Minas

Em depoimento � Comiss�o da Verdade, Lula conta detalhes de 'pris�o VIP'


postado em 09/12/2014 19:19

S�o Paulo, 09 - O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, falou, em v�deo divulgado pela Comiss�o Nacional da Verdade, sobre o tempo em que foi vigiado pela ditadura militar e deu detalhes de sua 'pris�o vip', entre abril e maio de 1980. O ex-presidente contou que chegou a ter medo de morrer, mas n�o reclamou do tratamento dado a ele pelo ent�o delegado da Pol�cia Federal Romeu Tuma e chamou o per�odo de "pris�o vip".

"O tratamento foi bom, o Tuma me tratou dignamente. Minha m�e estava com c�ncer e o Tuma teve atitudes human�sticas, eu sa�a algumas vezes � noite para ver minha m�e", conta o ex-presidente, que foi autorizado a deixar a pris�o para acompanhar o enterro da m�e.

Em um depoimento com v�rios momentos de descontra��o, Lula lembrou da TV que os presos conseguiram para assistir a um jogo do Corinthians e da comida enviada pela Igreja: "Carne mo�da, pimenta, era bom pra cacete". O petista lembrou ainda da bronca que levou de Tuma ao ser flagrado fazendo uma "assembleia" com os investigadores.

O bom tratamento recebido foi creditado por Lula � mobiliza��o de diversos setores da sociedade que ficaram sensibilizados com a pris�o. "A gente foi tratado com certo respeito porque tinha muita gente do lado de fora, n�o era um preso comum. Tinha trabalhadores, estudantes, intelectuais, igreja, todo mundo."

Durante quase uma hora, Lula falou ao soci�logo Paulo S�rgio Pinheiro e � psicanalista Maria Rita Kehl, membros da Comiss�o Nacional da Verdade, sobre as conquistas do movimento sindical do ABC. Lula disse que sua pris�o foi uma "burrice" que s� postergou o fim da greve de 1980. "Acho que eles devem ter se arrependido de ter me prendido porque a minha pris�o acabou fazendo o movimento crescer, ficar mais forte e politizar o movimento. Se eles tivessem ficado quietos, a greve acabava por si s�", contou.

O ex-sindicalista admitiu que, ao ser preso de madrugada em S�o Bernardo do Campo, teve medo de ser assassinado. "Quando eles me prenderam, era uma madrugada com muita serra��o. Pela primeira vez eu tive medo. N�o custa nada aparecer morto na via Anchieta e dizerem que foi uma neg�cio qualquer". O al�vio s� veio quando ouviu no r�dio a not�cia de sua pr�pria pris�o. "Falei: 'porra, t� salvo.'"

Lula afirmou que nos anos anteriores � pris�o foi vigiado com frequ�ncia pelos �rg�os de repress�o, mas disse que isso pouco alterava sua rotina. "Eles me vigiavam em cinema (...) Disfar�ados, iam no bar do sindicato. Eles paravam a perua em frente de casa, passavam a noite. A�, para encher o saco, a Marisa fazia caf� e levava pra eles. A pe�ozada queria tocar fogo na perua e eu n�o deixava".

Comiss�o da Verdade

O ex-presidente se mostrou c�tico quanto � possibilidade de encontrar provas abundantes de abusos nos arquivos das For�as Armadas. Lula acredita que, enquanto concediam a abertura lenta e gradual, os militares prepararam a "queima de arquivo" dos tempos da ditadura. "Eu acho que isso fez parte do acordo com o Tancredo Neves, fez parte do processo de abertura pol�tica. Estou convencido disso", disse.

O ex-presidente acredita que haja documentos guardados com oficiais e familiares para autopreserva��o ou uso pol�tico, o que dificulta o trabalho da Comiss�o da Verdade. "Eu n�o sei o que voc�s encontraram de grande novidade nas institui��es, eu achei que ia encontrar pouqu�ssima coisa. Imagino que tenha muita coisa na m�o de algu�m. De vez em quando, quando morrer um, vai aparecer material", disse.


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