
“Como eu sempre disse sobre a CPMI, no momento em que houve dela��es premiadas, essa comiss�o morreu. Eu mesmo, como membro, a abandonei. Porque n�o tem mais nada a se fazer. Voc� vai investigar algo que n�o conhece? S� depois de conhecer as dela��es premiadas voc� retomaria o conceito de ter uma comiss�o para investigar, j� que mudou completamente o curso. Conhecidas as dela��es, acho inevit�vel ter outra comiss�o”, afirmou o candidato, acrescentando que a instala��o da nova comiss�o depender� apenas dos parlamentares: “A CPMI � autom�tica, n�o depende do presidente da C�mara, mas de um ter�o dos senadores e um ter�o dos deputados”.
As irregularidades na Petrobras vieram � tona em mar�o, depois que a Pol�cia Federal deflagrou a Opera��o Lava-Jato, desvendando rela��es irregulares entre diretores da estatal com donos de empreiteiras e doleiros. No Congresso, foram criadas duas comiss�es para investigar as den�ncias, por�m os resultados foram muito criticados por parlamentares da oposi��o, que a consideraram uma “CPI chapa branca”. A instala��o de uma nova comiss�o tem sido defendida pelo senador A�cio Neves (PSDB) depois que foi apresentado o relat�rio final da CPMI sem apontar os respons�veis pelas supostas irregularidades.
Rebelde
O nome de Eduardo Cunha foi oficializado pelo PMDB como candidato no in�cio do m�s, mas parte da bancada governista no Congresso v� a elei��o do parlamentar fluminense como uma derrota para a presidente Dilma Rousseff (PT), que teve problemas com Cunha nos �ltimos anos. Ele chegou a liderar rebeli�es na base aliada ao Planalto e imp�s algumas derrotas ao governo em vota��es na C�mara, como na aprova��o de emendas criticadas pelo governo federal na MP dos Portos e na vota��o que p�s fim � CPMF, ainda no governo do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT).
O deputado, no entanto, afirma que, caso seja eleito para a principal cadeira da C�mara, n�o far� oposi��o ao Planalto. “N�o sou candidato de oposi��o, mas n�o serei submisso ao governo. N�o liderei rebeli�o, simplesmente t�nhamos opini�es contr�rias em rela��o a algumas mat�rias. Agora, por exemplo, fui favor�vel � mudan�a na meta do super�vit prim�rio. Em todos os momentos que o governo precisou de governabilidade, o PMDB n�o faltou. O que n�o quer dizer que tenho que concordar com tudo que o governo mande ao Congresso”, disse Cunha. At� agora, o PT n�o oficializou um nome para disputar com Cunha, mas o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) tem sido apontado como principal candidato da legenda.
Perguntado se apoiaria um movimento de parlamentares pedindo o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) caso as investiga��es apontem liga��es da petista com irregularidades na Petrobras, Cunha afirmou que n�o existe essa possibilidade. “N�o d� para falar em impeachment de algu�m que acabou de se eleger, de forma leg�tima pelo voto da maioria da popula��o. Isso n�o existe”, afirmou.
APOIO
No encontro de ontem, estavam presentes 17 deputados federais da pr�xima legislatura, o vice-governador eleito Ant�nio Andrade (PMDB) e deputados que deixar�o o Congresso no final do m�s. Al�m de pol�ticos do PMDB, estavam presentes parlamentares do PP, PTN e os deputados Gabriel Guimar�es, do PT, e Caio N�rcio, do PSDB. O petista foi acompanhado de seu pai, ex-deputado Virg�lio Guimar�es, que pediu votos para Cunha, mas falou que o filho n�o deveria declarar o apoio por compromissos com a bancada do PT. J� o tucano afirmou que seu partido ainda n�o tomou uma posi��o sobre a disputa da presid�ncia da Casa. Antes da reuni�o com os deputados, Cunha se encontrou com o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), com o governador Alberto Pinto Coelho (PP) e com o governador eleito Fernando Pimentel (PT).