A procuradoria regional eleitoral de Minas Gerais pediu a cassa��o do prefeito de Montes Claros, Rui Muniz (PRB) e da esposa dele, a deputada eleita nas elei��es deste ano, Raquel Muniz (PSC). De acordo com a a��o, os dois teriam usado a estrutura do munic�pio, localizado no Norte de Minas, para beneficiar a campanha da candidata que concorreu � uma vaga na Assembleia Legislativa do estado. A den�ncia ainda atinge outros tr�s servidores municipais da cidade. Al�m da cassa��o, o Minist�rio P�blico Eleitoral pede a inelegibilidade dos envolvidos pelo prazo de oito anos. Para a PRE, o comportamento configuram abuso de autoridade e de poder pol�tico, com uso da m�quina administrativa em benef�cio da candidatura de Raquel.
Conforme a procuradoria, os depoimentos colhidos em investiga��o comprovaram que a candidata “cooptava servidores p�blicos pagos com recursos do er�rio municipal, oferecendo-lhes gratifica��es que representariam acr�scimo em suas remunera��es, tamb�m custeadas com as verbas p�blicas de Montes Claros, para trabalharem em prol de seus interesses eleitoreiros particulares, incrementando, assim, o contingente de cabos eleitorais”.
O esquema, ainda conforme a den�ncia, contava o atendimento de pacientes vindos de cidades que n�o fazem parte do polo regional de Montes Claros, o que j� ocorre normalmente. As consultas e os exames ocorriam sem o devido encaminhamento, inclusive vindos de cidades que n�o fazem parte do n�cleo regional. Para viabilizar as consultas a gerente de uma das unidades de sa�de determinava que os m�dicos assinassem os pedidos, como se eles tivessem partido do consult�rio local. “O expediente enganoso acabava por causar preju�zos n�o s� aos cofres de Montes Claros, que deixavam de receber pelos servi�os m�dicos prestados a pacientes de outros locais, como aos pr�prios mun�cipes de Montes Claros, que se viam preteridos em seus atendimentos em raz�o dos agendamentos irregulares”, descreve a den�ncia.
A a��o relata que Raquel Muniz, na condi��o de chefe de gabinete do marido, colocou a estrutura administrativa do Munic�pio de Montes Claros � disposi��o de eleitores de localidades pr�ximas, sempre com o intuito de obter dividendos eleitorais.“A liberalidade feita com recursos p�blicos se dava em reuni�es com lideran�as pol�ticas da regi�o em que eram fechados acordos, cuja contrapartida era a obten��o de apoio em prol da candidatura de Raquel Muniz a deputada federal nas elei��es de 2014, pleito no qual se sagrou vencedora”, afirma a a��o.
A reportagem tentou contato com a prefeitura de Montes Claros, mas foi informada que nem o prefeito nem a procuradora do munic�pio se encontravam para comentar as den�ncias.
Em nota, a deputada Raquel Muniz - que foi diplomada na tarde desta sexta-feira pelo Tribunal Regional Eleitoral -, disse que desconhece as den�ncias envolvendo sua campanha. Segundo ele, sua vit�ria correu “deu de forma limpa e transparente, sempre pautada pelos princ�pios da legalidade”. Raquel ainda negou que tenha usado a estrutura da Prefeitura de Montes Claros e ressaltou que as contas da campanha foram aprovadas. “Den�ncias se d�o sempre em fun��o de interesses de candidatos derrotados no pleito, assim como em fun��o da gest�o austera e sem favorecimentos pol�ticos levada a cabo pelo seu marido, o prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz”, disse na nota.
Sobre Rui Muniz, a deputada afirma que o trabalho dele “tem sido reconhecido em todo o Estado, pela corre��o de seus atos e pela coragem no enfrentamento de detentores de antigos feudos de interesses pol�ticos e financeiros no munic�pio que perderam espa�o diante de uma nova forma de gest�o absolutamente transparente”.