Pr�ximo ministro dos Transportes � homem de confian�a de condenado no Mensal�o

Bras�lia – O pr�ximo ministro dos Transportes, Ant�nio Carlos Rodrigues (PR-SP), que voltou a ocupar o cargo de vereador de S�o Paulo ap�s substituir Marta Suplicy (PT-SP) no Senado enquanto a petista esteve � frente do Minist�rio da Cultura, � homem de confian�a do ex-deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP). No ano passado, o ex-parlamentar, condenado a sete anos e dez meses de pris�o no julgamento do mensal�o, comandava a legenda de dentro da cadeia. Em dezembro, por exemplo, o novo ministro, ent�o secret�rio-geral do PR, reuniu-se com o ex-deputado no Complexo Penitenci�rio da Papuda para tra�ar metas a fim de eleger uma bancada forte nas elei��es, conjecturar alian�as nos estados e fazer sondagens de potenciais candidatos com possibilidade de vota��es expressivas.

Na �poca, Rodrigues confirmou, no primeiro momento, a ascend�ncia do presidi�rio Valdemar sobre a sigla. “Sem d�vida nenhuma. N�o � por ele encontrar-se nessa situa��o que iremos desprez�-lo”, justificou. Escolhido estrategicamente pelo ex-deputado para conduzir as decis�es da sigla, o ex-senador, num segundo momento, mudou o tom e fez quest�o de salientar que o correligion�rio j� n�o dava as cartas de dentro da cadeia. “O Valdemar se afastou do partido. Ele est� estudando, fazendo um curso na pris�o. Fiz uma visita particular. Ele � meu amigo”, ressaltou.

Fontes da pr�pria sigla afirmaram que Valdemar orientava os correligion�rios por meio de Rodrigues em rela��o a alian�as e candidaturas em 2014. Al�m de dois advogados, ele foi o �nico pol�tico escolhido por Valdemar como porta-voz informal da legenda. O ex-l�der do PR na C�mara Anthony Garotinho (RJ), por exemplo, tentou ir � Papuda, no ano passado, para um encontro com Valdemar, mas foi barrado. “Liguei para a secret�ria dele. Queria visit�-lo, mas tive a informa��o de que ele s� estava recebendo os advogados. Acho estranho que ele tenha recebido o Ant�nio Carlos Rodrigues.”

Em 2012, o novo ministro chegou a ser investigado pelo Minist�rio P�blico de S�o Paulo pela suspeita de enriquecimento il�cito. O caso acabou sendo arquivado. Dois anos antes, o Superior Tribunal de Justi�a (STJ) havia acatado recurso contra decis�o de segunda inst�ncia que o condenava a devolver R$ 32,7 milh�es aos cofres p�blicos em raz�o de um contrato firmado pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de S�o Paulo (EMTU) quando ele comandava a companhia, em 1992. Ele presidiu a C�mara Municipal de S�o Paulo por quatro vezes e foi chefe de gabinete na Secretaria das Administra��es Regionais na gest�o Paulo Maluf (1992-1996). O Estado de Minas tentou entrar em contato com o novo ministro, no entanto, n�o o localizou.