Bras�lia, 01 - Se o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva foi a personalidade mais assediada na cerim�nia de posse dos novos ministros do governo, a presidente Dilma Rousseff foi aplaudida mais calorosamente quando, do alto da rampa do Pal�cio do Planalto, abaixou-se para pegar um buqu� de flores atirado por populares que estavam na Esplanada dos Minist�rios.
No restante do tempo, a cerim�nia seguiu morna, sem grandes manifesta��es de emo��o de autoridades, pol�ticos, artistas e familiares da presidente e dos novos ministros. Representantes de 12 pa�ses vieram � cerim�nia. Em encontro de mais de uma hora com o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a presidente iniciou uma s�rie de encontros bilaterais em compromissos oficiais de seu segundo mandato. A conversa estava prevista para durar cerca de meia hora, mas se estendeu a ponto de a presidente deixar seus convidados para o coquetel irem embora antes de ela aparecer na festa.
Informa��es do Itamaraty eram de que a conversa se concentrou na renova��o do convite para que a presidente fa�a uma visita de Estado aos Estados Unidos, possivelmente ainda este ano. Compareceram tamb�m � cerim�nia os presidentes da Venezuela, Nicol�s Maduro, do Chile, Michelle Bachelet (que surpreendeu ao cantar todo o Hino brasileiro na C�mara), da Guin�-Bissau, Jos� M�rio Vaz, o vice-presidente da China, Li Yuan Chao, o primeiro-ministro da Su�cia, Stefan Lofven, entre outros.
Lula chegou ao Pal�cio do Planalto pouco antes do in�cio da cerim�nia e foi muito aplaudido. Atr�s de uma faixa de separa��o das autoridades, o ex-presidente cumprimentou a maioria das pessoas que o abra�avam e pediam para tirar fotografias e selfies com ele. Depois de um ensaio do grito que marcou a sua trajet�ria pol�tica - "Ol�, ol�, ol�, Lula, Lula" -, ele discretamente pediu com a m�o para que as pessoas parassem de puxar o coro.
Lula sentou-se na primeira fila, ao lado do ex-presidente e senador Jos� Sarney (PMDB-AP) e de Yara de Abreu Lewandowski, mulher do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. A mulher de Lula, Marisa Let�cia, foi aus�ncia notada. O ex-presidente n�o ficou na cadeira at� o final e cumprimentou secamente o principal ministro do governo Dilma, o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Lula e Mercadante s�o apontados como candidatos do PT � sucess�o de Dilma.
Logo ap�s ter recebido a faixa presidencial e ter cantado o Hino Nacional na rampa, Dilma adentrou ao Sal�o Nobre e fez quest�o de cumprimentar primeiro Lula com um caloroso abra�o. Durante a campanha e na reforma ministerial, os "lulistas" perderam espa�o no n�cleo duro do governo para os "dilmistas". Lula saiu "� francesa" antes do final da cerim�nia, mas sua passagem continuou sendo assunto em muitas rodas, principalmente entre os representantes de movimentos sociais.
Dos novos ministros, tr�s deles foram vaiados pela plateia: os ministros das Cidades, Gilberto Kassab (PSD), do Esporte, George Hilton (PRB) e da Agricultura, K�tia Abreu (PMDB) - essa �ltima chamou a aten��o com um vestido cor verde abacate. Tanto o discurso feito no Congresso Nacional como no parlat�rio do Planalto n�o empolgaram os presentes no Sal�o Nobre. Muitos preferiram conversar entre si a ouvir Dilma falar.
Enquanto o novo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, chegou cedo ao Planalto e n�o foi � cerim�nia de posse de Dilma no Congresso, o novo titular da Fazenda, Joaquim Levy, chegou ao pal�cio j� no momento em que a presidente subia a rampa. Ainda meio "fora do ninho", Levy demorou para encontrar um lugar para sentar - que era na primeira fila, ao lado dos ministros dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues (PR), e da Defesa, Jacques Wagner (PT).
A cerim�nia contou com a presen�a de poucos representantes do setor empresarial. Os mais destacados foram o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, o presidente do grupo Gerdau, Jorge Gerdau, e o presidente da Anfavea, Luiz Moan. Esse �ltimo chegou a trocar o n�mero do telefone celular com Joaquim Levy. Em conversas, apesar da insist�ncia de alguns interlocutores, Levy continuou sem dar pistas da sua nova equipe na Fazenda.
O ex-governador do Cear� e novo ministro da Educa��o, Cid Gomes (PROS), teve lugar de destaque na solenidade. Sentou-se na primeira fila com os principais ministros do segundo mandato.
Outra presen�a que circulou com desenvoltura no Planalto foi a ex-ministra-chefe da Casa Civil Erenice Guerra. Ela foi o bra�o direito de Dilma durante a passagem da presidente como titular da Casa Civil. Durante a campanha da primeira elei��o de Dilma em 2010, Erenice deixou o cargo, ap�s uma s�rie de den�ncias envolvendo sua atua��o e o tr�fico de influ�ncia, com favorecimento de empresas.
Ao contr�rio de solenidades de posse anteriores em governos do PT, poucos artistas participaram da solenidade. A cantora Alcione e os atores Marcos Frota e Antonio Pitanga foram as presen�as mais notadas.