Ap�s um 2014 notadamente lento em leil�es de infraestrutura log�stica, o governo federal ter� em 2015 a tarefa de destravar novos projetos no setor, quest�o considerada fundamental para estimular o aumento dos investimentos e propiciar a retomada do crescimento econ�mico do Pa�s. O foco deve ser nos segmentos de ferrovias e portos, essenciais para a melhora da competitividade da produ��o brasileira e nos quais at� agora n�o foram observados avan�os.
A meta governamental � desafiadora, tendo em vista juros em alta, cr�dito diminuindo, grandes investidores enfrentando investiga��es no �mbito da opera��o Lava Jato e os principais competidores desenvolvendo fortes programas de investimentos atrelados aos projetos j� adquiridos.
A unanimidade entre agentes do setor e especialistas � que n�o ser� um ano de muitos leil�es e praticamente nada deve ser ofertado no primeiro semestre - a exce��o � a concess�o da Ponte Rio-Niter�i, hoje j� operada pela iniciativa privada e cujo contrato atual se encerra em maio. Para o restante dos projetos planejados ou em estudo pelo governo federal - como concess�es de mais rodovias, ferrovias e arrendamentos portu�rios, al�m da retomada da privatiza��o dos aeroportos -, a expectativa � que haver�, talvez, uma ou outra licita��o, no segundo semestre. Um volume mais significativo ficar� mesmo para 2016.
"N�o vai ter muita coisa (a ser concedida em 2015), porque h� um entendimento de que a equipe econ�mica vai trabalhar no d�ficit p�blico. Vejo que vai dar uma parada, n�o tem por onde caminhar", diz o presidente da Triunfo Participa��es e Investimentos, Carlo Alberto Bottarelli.
"Temos expectativa zero para 2015", afirma um executivo de um outro grupo de concess�es, que falou na condi��o de anonimato. "Primeiro o governo tem que fazer um freio de arruma��o e recuperar a confian�a de mercado atrav�s de medidas mais duras, aumentar arrecada��o e abaixar custos, e tem que criar um super�vit sincero".
Profissionais da equipe de an�lise do UBS tamb�m consideram que, com base nas condi��es macroecon�micas atuais, o governo pode adiar o cronograma de leil�es de novos projetos, que somam cerca de R$ 100 bilh�es.
O s�cio diretor da Pezco Microanalysis, Cleveland Teixeira, defende que, al�m de realizar as medidas de ajuste fiscal, o governo deveria fazer uma revis�o dos modelos regulat�rios e fortalecer as ag�ncias reguladoras. "2015 ser� o ano para arrumar a casa e as coisas v�o ficar de lado, n�o vejo a possibilidade de grandes novos investimentos em infraestrutura antes da metade de 2016", avalia.
Taxa de retorno
Mudan�as tamb�m poder�o acontecer em setores mais consolidados, como rodovias e aeroportos. Neste caso, a expectativa, por parte dos investidores, � com uma melhora na taxa interna de retorno (TIR) das novas concess�es. Depois de tentar definir uma taxa e enfrentar um embate com os principais investidores do setor, o governo foi obrigado a ceder e modificar algumas premissas dos projetos para permitir um retorno maior. Agora, fontes do setor dizem que novas conversas est�o em andamento visando um novo aumento.
Profissionais de mercado tamb�m j� come�am a considerar uma TIR mais elevada. "Tendo em vista as atuais condi��es de mercado, os retornos (TIRs) podem ser revisados para cima nos pr�ximos leil�es", afirmou o analista do UBS Rodrigo Fernandes, em relat�rio. Uma sinaliza��o mais clara deve ser vista no leil�o da Ponte Rio-Niter�i, mas, para o analista do UBS, o aditivo de contrato da concession�ria Autopista R�gis Bittencourt, assinado no final de dezembro, refor�a a expectativa, na medida em que indica uma disposi��o da ag�ncia reguladora em negociar com as empresas.