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Estado de Minas

Renan avisa a ministros que PMDB poder� se tornar independente no Senado

Dono da maior bancada, com 19 dos 81 senadores, o PMDB do Senado considera que foi "humilhado" por Dilma na reforma


postado em 05/01/2015 10:49 / atualizado em 05/01/2015 11:42

Renan Calheiros se tornou porta-voz da insatisfação dos peemedebistas com o ministério de Dilma(foto: Carlos Moura/CB/D.A Press )
Renan Calheiros se tornou porta-voz da insatisfa��o dos peemedebistas com o minist�rio de Dilma (foto: Carlos Moura/CB/D.A Press )

Bras�lia - Portador da insatisfa��o do PMDB no Senado por ter perdido influ�ncia na reforma ministerial feita pela presidente Dilma Rousseff, o presidente da Casa, Renan Calheiros (AL), avisou a ministros que o partido n�o aceitar� perder as indica��es para o segundo escal�o no governo. Em reuni�o na sexta-feira na casa do presidente do PMDB e vice de Dilma, Michel Temer, Renan disse aos ministros Aloizio Mercadante (casa Civil), Ricardo Berzoini (Comunica��es) e Pepe Vargas (Rela��es Institucionais) que se isso ocorrer o partido vai declarar independ�ncia autom�tica em rela��o ao Pal�cio do Planalto.

Dono da maior bancada, com 19 dos 81 senadores, o PMDB do Senado considera que foi "humilhado" por Dilma na reforma, conforme mostrou ontem reportagem do Estado. O partido decidiu n�o dar mais apoio irrestrito ao governo Dilma.

No primeiro mandato da petista, o partido comandava as pastas de Minas e Energia, do Turismo e da Previd�ncia Social. O partido avaliava que na mudan�a do primeiro escal�o - ap�s ter sido, no final do ano passado, o principal fiador da aprova��o do projeto que permitiu ao governo abandonar o cumprimento da meta fiscal de 2014 - seria agraciado com, pelo menos, dois minist�rios de peso. A bancada mirava conquistar as pastas das Cidades e da Integra��o Nacional, minist�rios com bons or�amentos e capilaridade no Nordeste, reduto da c�pula peemedebista.

Na reforma, entretanto, Dilma n�o atendeu aos pedidos da c�pula do PMDB, embora tenham garantido quatro pastas: mantiveram os minist�rios de Minas e Energia e do Turismo e ganharam o da Agricultura - embora a senadora K�tia Abreu n�o tenha sido considerada cota do partido e sim da pr�pria presidente - e a Secretaria da Pesca.

Os peemedebistas assistiram a aliados com baixa representatividade no Senado, como o PSD de Gilberto Kassab, que elegeu tr�s senadores, e o PROS, que n�o conquistou nenhum cadeira na Casa, levarem os minist�rios, respectivamente, das Cidades e da Educa��o.

Em um tom duro no encontro de sexta-feira (2), Renan afirmou que, se o governo retirar os nomes do segundo escal�o que o PMDB tem no Nordeste, ser� uma declara��o de "guerra" � bancada. Chegou a ironizar ao dizer que, dessa forma, o Planalto ter� de se socorrer no Senado de Kassab e de Cid Gomes.

Ap�s perder a batalha do primeiro escal�o, o PMDB do Senado quer manter ou garantir, principalmente, a presid�ncia e os principais cargos do Banco do Nordeste (BNB), a Companhia do Desenvolvimento do Vale do S�o Francisco (Codevasf) e o Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs). O Planalto quer dar esses postos a outros aliados, como o PP, que na reforma perdeu o Minist�rio das Cidades, mas foi deslocado para a Integra��o Nacional.

Durante o encontro com Mercadante, Berzoini e Vargas, Renan chegou a dizer que, por ele, o PMDB do Senado deveria ter soltado uma nota p�blica dizendo n�o ter sido consultado sobre as indica��es do partido. E disse aos presentes que o l�der do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), a senadora K�tia Abreu (PMDB-TO) e o filho do senador Jader Barbalho (PMDB-PA), Helder, escolhidos, respectivamente para Minas e Energia, Agricultura e Pesca, s�o "amigos", mas n�o indica��o da bancada. Isto �, foi Dilma quem escolheu os nomes sem uma consulta pr�via aos senadores do partido.

"Nunca vi o Renan daquele jeito", afirmou um peemdebista presente ao encontro.

Futuro

Na avalia��o da c�pula peemedebista, o Planalto tem dado respaldo pol�tico para Kassab e Cid ganharem for�a pol�tica e criarem um partido. E, ao atrair parlamentares futuramente, tentarem reduzir a depend�ncia do governo em rela��o ao partido, tanto na C�mara quanto no Senado. Em conversas com interlocutores nos �ltimos dias, o l�der do PMDB no Senado, Eun�cio Oliveira (CE), afirmou que � preciso buscar a harmonia na bancada em torno de Dilma, mas tem dito que h� uma "verdadeira rebeli�o" a ser administrada.

Al�m de medidas de ajuste fiscal da nova equipe econ�mica que precisam passar pelo crivo do Congresso, o governo Dilma ter� uma extensa lista de propostas que precisam, obrigatoriamente, ser apreciadas pelos senadores: vota��o do Or�amento de 2015; aprova��o das duas medidas provis�rias que mudam regras para concess�o de benef�cios previdenci�rios e trabalhistas; prorroga��o para al�m do final de 2015 da Desvincula��o das Receitas da Uni�o (DRU) - que permite ao governo utilizar livremente 20% dos recursos vinculados a �reas obrigat�rias pela Constitui��o -; a nova pol�tica de sal�rio m�nimo a partir de 2016; a Lei Geral das Antenas; o novo Marco da Minera��o e a reforma do ICMS.

Se o governo n�o atender aos pleitos, o PMDB do Senado, al�m de n�o avalizar todas as propostas que ser�o enviadas pelo Executivo ao Congresso, pretende dividir com a oposi��o a administra��o de importantes postos na Mesa Diretora e em comiss�es tem�ticas na Casa.


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