Bras�lia, 05 - A nova ministra da Agricultura, K�tia Abreu, afirmou nesta segunda-feira, 5, que a pasta que comandar� ser� o "minist�rio do di�logo". "Estamos prontos para trabalhar e ir para o bom combate. Nenhuma luta, nenhuma guerra, que venha a trazer conflitos que possam puxar o pa�s para tr�s ter� minha participa��o. N�o aceitarei nenhum tipo de provoca��o", disse ela, em entrevista ap�s receber o cargo do antecessor Neri Geller.
Adotando o tom da concilia��o - contrariamente ao que marcou sua trajet�ria pol�tica como l�der ruralista - K�tia Abreu disse que pretende conversar com todas as pessoas que tenham esp�rito p�blico, como � o caso do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST). E destacou que foi convocada pela presidente Dilma Rousseff para servir ao Pa�s.
A nova ministra afirmou ainda que seu minist�rio n�o � respons�vel pela reforma agr�ria, a cargo do Minist�rio do Desenvolvimento Agr�rio (MDA). Ela elogiou o fato de que o titular dessa pasta, Patrus Ananias, tenha prestigiado sua posse, mas observou: "Temos compet�ncias, cada minist�rio, e eu pretendo respeitar essa compet�ncia."
Apesar dos questionamentos do PT e de movimentos sociais sobre a escolha de seu nome, K�tia Abreu recebeu o novo cargo numa cerim�nia realizada na rua em frente ao pr�dio do Minist�rio da Agricultura sem ter sido alvo de qualquer tipo de protesto. A posse dela foi prestigiada por 17 ministros do novo governo. Contudo, dos 19 senadores da bancada do PMDB do Senado - que apadrinharam o nome dela sugerido por Dilma -, somente tr�s se fizeram presentes: ela pr�pria, o senador licenciado e novo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB-AM), e um dos vice-presidentes do PMDB, o senador Valdir Raupp (RO). A c�pula do partido no Senado est� irritada com a reforma ministerial feita pela presidente.
Na entrevista, a nova ministra disse que sua pasta estar� pronta a apoiar a produ��o de todos sem restri��es. "n�o interessa o tamanho de terra, desde que tenha um palmo de ch�o, o Minist�rio da Agricultura est� pronto para apoiar em qualquer circunst�ncia", disse.
K�tia Abreu n�o quis polemizar diante de uma pergunta sobre se sua gest�o incentivaria a abertura de novos frigor�ficos, em movimento inverso ao observado no governo do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, de maior consolida��o. A mudan�a de orienta��o da nova ministra tem por objetivo esvaziar o poder da JBS, a gigante nacional de carnes que cresceu na gest�o Lula. Ela disse apenas que � preciso dar oportunidades para que "mais frigor�ficos possam exportar, sem enfraquecer ou desmerecer nenhum deles".
"O que temos � um imenso mercado l� fora e as nossas empresas e as nossas ind�strias precisam estar preparadas e totalmente liberadas para exportar para esse grande mercado consumidor, quer seja de carne em geral, quer sejam de outros produtos como caf�, leite. A nossa obriga��o, a do Minist�rio da Agricultura, � viabilizar, abrir as portas e dar condi��es para que todas as empresas possam estar aptas para exportar", avaliou a nova ministra.