
Curitiba - O ex-diretor da �rea Internacional da Petrobras Nestor Cerver� � ouvido por delegados da Opera��o lava Jato, na manh� desta quinta-feira, na sede da Pol�cia Federal, em Curitiba (PR).
Acusado de corrup��o e lavagem de dinheiro no esquema de desvios bilion�rios na estatal, Cerver� foi preso na madrugada de quarta-feira, 14, ao desembarcar no Aeroporto do Gale�o, no Rio.
O depoimento come�ou por volta das 9h. Cerver� foi preso preventivamente, a pedido do Minist�rio P�blico Federal, que alegou tentativa de oculta��o de patrim�nio proveniente dos delitos supostamente cometidos por ele na Petrobras.
O criminalista Edson Ribeiro, que tamb�m integra o grupo de advogados que defende Cerver�, disse que o ex-diretor deveria ser inquirido sobre a movimenta��o financeira envolvendo uma das filhas e a transfer�ncia de im�veis no ano passado, tamb�m para familiares. "Eu conversei com o delegado e o que vai ser perguntado � justamente sobre a movimenta��o financeira e a movimenta��o imobili�ria", afirmou Ribeiro.
Beno Brand�o, advogado de Cerver�, chegou cedo � PF e acompanha a oitiva. Ainda nesta quinta, a defesa vai entrar com pedido de liberdade no Tribunal Regional Federal da 4ª Regi�o, em Porto Alegre (RS).
Ao justificar o pedido de pris�o de Cerver�, o Minist�rio P�blico Federal sustentou que "n�o h� indicativos" de que o esquema de corrup��o da Petrobras "foi estancado". Segundo a Procuradoria, foi determinante para a pris�o uma opera��o banc�ria feita por ele no dia 16 de dezembro - um dia antes de se tornar r�u em a��o penal da Lava Jato. "N�o houve movimenta��o financeira. Ia haver uma disponibiliza��o financeira, porque ele ia viajar para a Inglaterra e, como a filha � doente e tem gastos, ele ia deixar dispon�vel (o dinheiro) para qualquer eventualidade. Mas n�o aconteceu, tendo em vista que se perderia um valor muito grande. Foi tudo legal", afirma o advogado.
Funcion�rio de carreira da Petrobras desde 1975, Cerver� assumiu a Diretoria Internacional da estatal em 2003 e deixou o cargo em mar�o de 2008, quando foi realocado para a BR Distribuidora. Deixou a subsidi�ria da companhia petrol�fera em mar�o de 2014 ap�s a pol�mica sobre a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA.
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, ambos presos, afirmaram em depoimentos � Justi�a Federal que, no esquema de loteamento pol�tico em diretorias da Petrobras para desvio de recursos, a diretoria de Internacional, comandada por Cerver�, era controlada pelo PMDB. Costa e Youssef revelaram que Cerver� - indicado pelo PMDB para o cargo - recebia propina. Do valor de cada contrato superfaturado, segundo os delatores da Lava Jato, 1% era destinado a "comiss�es".