Bras�lia – O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), candidato � presid�ncia da C�mara, divulgou, na manh� de ontem, a grava��o de uma suposta conversa entre um aliado dele e o policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o Careca. Apontado pelas investiga��es da Opera��o Lava-Jato como colaborador do doleiro Alberto Youssef, Careca reclama que estaria sendo “esquecido” pelo parlamentar fluminense e revela estar preocupado com o avan�o das investiga��es.
Para o deputado, trata-se de “tentativa de farsa, de montagem, com um di�logo que nem telef�nico �”. Ainda segundo Cunha, o policial que lhe repassou a grava��o disse que o �udio teria sido montado por parte da c�pula da Pol�cia Federal para ser “inserido em um inqu�rito policial, que teria autoriza��o judicial de escuta telef�nica, como se fosse parte desse inqu�rito”.
“O (Eduardo) Cunha t� l�, t� tentando a presid�ncia (da C�mara). Ele continua subindo, subindo, e os amigos dele est�o sendo esquecidos. Eu n�o posso ser esquecido e n�o vou segurar a p* pra ningu�m, n�o. T� ficando preocupado, realmente”, diz a voz, em outro trecho da grava��o, que tem cerca de tr�s minutos e 30 segundos. O outro interlocutor, n�o identificado, aconselha Careca a manter a calma e pede para ele n�o citar nomes, embora o deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) tenha sido mencionado na conversa. Careca chegou a ser preso em outubro e est� afastado da corpora��o. A defesa dele n�o foi encontrada para comentar o caso.
Cunha classificou o ato como uma “alopragem” contra a candidatura dele. O parlamentar repassou o material ao Minist�rio da Justi�a e cobrou a apura��o sobre a veracidade e a origem da grava��o, que foi entregue a ele por um policial federal no s�bado, no Rio de Janeiro.
Consultado pelo Estado de Minas sobre o caso, o diretor da Federa��o Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Fl�vio Werneck, disse achar “pouco prov�vel” que a suposta grava��o tenha sido forjada pela PF, conforme sustenta Cunha, mas n�o descartou essa possibilidade. “� fato que existe hoje muita inger�ncia pol�tica sobre o trabalho da Pol�cia Federal”, disse.
O Minist�rio da Justi�a emitiu nota na qual confirma ter recebido o material de Cunha. “Imediatamente, o ministro em exerc�cio, Marivaldo Pereira, encaminhou o material para apura��o e provid�ncias cab�veis da Pol�cia Federal”.
Em nota, a PF disse que “instaurou inqu�rito policial para apurar o caso. O deputado ser� ouvido no prazo mais c�lere poss�vel e uma per�cia no �udio do CD-ROM apresentado pelo parlamentar ser� realizada”. A corpora��o ainda “reafirma que trabalha de forma isenta e imparcial, respeitando o devido processo legal”.