Bras�lia, 23 - A equipe de advogados de Alberto Yousseff, considerado como um dos l�deres do esquema de desvio da Petrobras, vai concentrar a defesa na alega��o de que o doleiro serviu apenas como uma pe�a no sistema pol�tico criado para dar sustenta��o ao projeto de poder do PT. O documento deve ser apresentado � Justi�a Federal do Paran�, onde tramitam os processos da Lava Jato, na pr�xima ter�a-feira, 27. Em conversa com o Broadcast Pol�tico, servi�o de not�cias em tempo real da Ag�ncia Estado, o advogado Ant�nio Augusto Figueiredo Basto antecipou qual ser� a linha de defesa que ser� apresentada. No processo criminal, Youssef � acusado de chefiar um esquema que teria movimentado ilegalmente cerca de R$ 10 bilh�es da estatal.
"� um projeto de poder para sustenta��o do PT. N�o h� d�vida disso. Vou citar isso na pe�a, claro. N�o tem d�vida. PT e a base aliada como PMDB, PP", ressaltou Basto. "� a corrup��o sustentando um esquema de poder. N�o h� para mim a menor d�vida que esse esquema � um grande sistema de manuten��o de grupos pol�ticos. Vamos sustentar isso na nossa defesa. Meu cliente foi mera engrenagem. N�o era a pe�a fundamental do esquema. N�o tinha esse poder para fazer com que o esquema funcionasse ou deixasse de funcionar. O esquema s� existiu porque havia vontade pol�tica para fazer com que ele existisse", acrescentou o advogado.
Na dela��o realizada por Youssef no �mbito da Lava Jato, ele citou pol�ticos como benefici�rios do esquema da Petrobras. Confirmou tamb�m que a partilha de desvios de contratos com as empreiteiras entre tr�s partidos: PT, PMDB e PP.
Numa linha de defesa similar, os advogados do empres�rio G�rson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix Engenharia, afirmam em documento entregue � Justi�a Federal que a Petrobras foi usada para bancar o "custo alto das campanhas eleitorais". Segundo a defesa de Almada, preso pela Opera��o Lava Jato desde 14 de novembro de 2014, "a Petrobras foi escolhida para gera��o desses montantes necess�rios � compra da base aliada do governo e aos cofres das agremia��es partid�rias".
O advogado de Youssef ressalta que n�o h� combina��o na linha de defesa com outros defensores. "N�o h� nenhuma harmonia entre as defesas, trabalhamos de forma individual. O que h� � a verdade, o esquema vem de cima. Agora todo mundo j� est� falando porque � not�rio, as empreiteiras est�o servido de bode expiat�rio. � verdade que n�o tem inocente nesse jogo, ningu�m foi extorquido, achacado, todos entraram de forma consciente. Mas � evidente que se o sistema n�o funcionasse haveria preju�zos para as empreiteiras. Vinha de cima e era para sustentar sim um esquema pol�tico. Se voc� n�o tem os corruptos, n�o tem esquema. E quem nomeavam os corruptos? Os pol�ticos. � uma l�gica irrefut�vel", ressaltou Bastos.
Al�m da apresenta��o da defesa na pr�xima semana, os advogados de Youssef preparam um segundo documento para ser apresentado no in�cio de fevereiro para que o doleiro passe a cumprir pena em regime domiciliar. Youssef est� preso desde mar�o do ano passado, em Curitiba.
Perd�o judicial
A defesa do doleiro tamb�m espera conseguir o "perd�o judicial" no final do processo em raz�o das informa��es prestadas pelo doleiro, ap�s acordo de dela��o premiada que foi homologado no �ltimo dia 19 de dezembro pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki. "Vamos tentar o perd�o judicial porque entendemos que a colabora��o � extremamente proveitosa. Sem a colabora��o do Alberto Youssef a Lava Jato n�o teria evolu�do em nada, n�o seria poss�vel tomar a dimens�o que tomou", afirma Basto.
Segundo ele, ao contr�rio de algumas defesas apresentadas, at� o momento, no processo por parte dos envolvidos no esquema, n�o pretende pedir anula��o das provas levantadas pela Pol�cia Federal e o Minist�rio P�blico Federal.