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Estado de Minas

Clientes de Dirceu loteariam Pasadena

Empreiteiras que pagaram por consultoria do ex-ministro seriam respons�veis por reformas na refinaria. Neg�cio s� n�o saiu do papel porque a estatal decidiu dar prioridade ao pr�-sal


postado em 24/01/2015 06:00 / atualizado em 24/01/2015 07:35

Dirceu deixa audiência na Justiça às vésperas de sair da prisão: ex-ministro diz que objetivo da consultoria que prestava era orientar empreiteiras a atuar no mercado externo(foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil - 4/11/14)
Dirceu deixa audi�ncia na Justi�a �s v�speras de sair da pris�o: ex-ministro diz que objetivo da consultoria que prestava era orientar empreiteiras a atuar no mercado externo (foto: F�bio Rodrigues Pozzebom/Ag�ncia Brasil - 4/11/14)

Depoimento prestado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa revela que as construtoras Odebrecht e UTC, esta �ltima cliente da consultoria do ex-ministro Jos� Dirceu entre 2009 e 2013, seriam contratadas caso o processo de reforma e amplia��o da Refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), fosse adiante. Segundo o delator, “a contrata��o, provavelmente, seria coordenada pela Diretoria de Servi�os, ocupada por Renato Souza Duque”. Preso na Lava-Jato e solto por for�a de habeas corpus, Duque foi indicado para a diretoria em quest�o por Dirceu.

De acordo com as investiga��es da Opera��o Lava-Jato, a JD Assessoria e Consultoria recebeu, entre 2009 e 2013, R$ 3,761 milh�es das construtoras Galv�o Engenharia, OAS e UTC Engenharia. Executivos das tr�s empresas foram presos na s�tima fase da Lava-Jato, deflagrada em novembro do ano passado. O termo de colabora��o foi prestado por Paulo Roberto Costa em 7 de setembro.

No mesmo depoimento, o ex-diretor afirma que o acerto pr�vio foi informado a ele por M�rcio Faria e Rog�rio Ara�jo, da Odebrecht, e Ricardo Pessoa, da empreiteira UTC. � Pol�cia Federal, Costa deu a mesma vers�o do ex-diretor da �rea Internacional Nestor Cerver� sobre a diminui��o de investimentos na refinaria ap�s a aquisi��o.

Declarou que, “depois da descoberta do pr�-sal, a prioridade de investimentos passou a ser a explora��o e a produ��o deste, e Pasadena ficou em segundo plano”. Segundo Costa, “houve orienta��o do Conselho de Administra��o para reduzir os investimentos na �rea externa”. Por isso, a reforma e a amplia��o da refinaria n�o chegaram a ser realizadas.

A Justi�a Federal determinou a quebra do sigilo banc�rio e fiscal do ex-ministro, que cumpre pena, em regime aberto, por condena��o no processo do mensal�o. O petista � investigado na Opera��o Lava-Jato.

Duque, que teria acertado a contrata��o antes mesmo de qualquer defini��o sobre a amplia��o da planta em Pasadena, que poderia chegar a at� US$ 2 bilh�es, era “o homem do PT” na engrenagem da corrup��o na Petrobras.

O ex-gestor fez carreira na estatal. Engenheiro, entrou na empresa em 1978, mas foi no governo Lula, pelas m�os do ex-ministro Jos� Dirceu, que alcan�ou o alto escal�o da petrol�fera. Em 2003, no primeiro ano do PT � frente do Pal�cio do Planalto, virou diretor e passou a chancelar contratos de empreendimentos bilion�rios, a exemplo da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

As investiga��es apontam que o ex-diretor fazia parte de um esquema que consistia no direcionamento de obras a um cartel das grandes empreiteiras, que inseriam sobrepre�o nos contratos para depois distribuir comiss�es ao PT, ao PMDB e ao PP, que, inclusive, teriam usado o dinheiro na campanha eleitoral de 2010. Na Diretoria de Servi�os, Duque fazia a liga��o com o tesoureiro dos petistas, Jo�o Vaccari. Em depoimento � Justi�a Federal, Paulo Roberto Costa citou nominalmente o ent�o colega. “Na �rea de Servi�os, era o diretor (Renato) Duque, que foi indicado, na �poca, pelo ministro da Casa Civil, Jos� Dirceu.”

Ao lado de Paulo Roberto Costa, Duque era respons�vel por contrata��es e compras da petrol�fera. No interrogat�rio na Justi�a Federal do Paran�, Costa delatou que os pagamentos de propina de 3% destinados a pol�ticos existiam em todas as diretorias.

Consultorias Ontem, em nota, a assessoria de Jos� Dirceu comunicou que “a JDA prestou consultorias �s empresas UTC, OAS e Galv�o Engenharia, conforme contratos, para atua��o em mercados externos, sobretudo na Am�rica Latina e na Europa”. O ex-ministro ressalta que “a rela��o comercial com as empresas n�o guarda qualquer rela��o com contratos na Petrobras sob investiga��o na Opera��o Lava-Jato”. Dirceu ainda se colocou � disposi��o da Justi�a para prestar qualquer esclarecimento. As empreiteiras citadas negam as irregularidades apontadas por Paulo Roberto Costa.


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