S�o Paulo, 24 - A for�a-tarefa da Opera��o Lava Jato suspeita que a JD Assessoria e Consultoria, do ex-ministro da Casa Civil Jos� Dirceu, condenado no mensal�o, cumpria a mesma fun��o das empresas de fachada do doleiro Alberto Youssef, alvo central da investiga��o sobre desvios e corrup��o na Petrobras. Elas emitiam notas fiscais para as maiores empreiteiras do Pa�s por assessorias e outros servi�os fict�cios. A JD tamb�m soltou notas por servi�os que n�o teriam sido prestados, segundo suspeitam os investigadores. Dirceu foi condenado a 7 anos e 11 meses de pris�o e cumpre pena em casa.
Os investigadores rastrearam a movimenta��o financeira de pessoas jur�dicas controladas por Youssef. Ao analisarem os lan�amentos cont�beis das construtoras alvo da Lava Jato, de 2009 a 2013, "confirmaram a transfer�ncia de vultosos recursos" �s empresas do doleiro.
A for�a-tarefa constatou que MO Consultoria, GFD Investimentos e a empreiteira Rigidez, todas vinculadas a Youssef, emitiam notas frias para camuflar a capta��o e o destino de valores repassados pelas empreiteiras. Pol�ticos e caixa 2 de partidos teriam sido os benefici�rios das opera��es do doleiro e do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Foi nessa etapa da apura��o que a Receita Federal identificou que a empresa do ex-ministro, a JD Assessoria e Consultoria, "recebeu vultosos recursos" da Galv�o Engenharia, OAS e UTC, tr�s das empreiteiras sob suspeita de formarem um cartel na estatal petrol�fera.
O Fisco verificou que, entre julho de 2009 e dezembro de 2011, a empresa de Dirceu e de seu irm�o, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, recebeu, em m�dia, R$ 25 mil mensais da Galv�o Engenharia, sob a rubrica gen�rica de "consultoria", totalizando cerca de R$ 725 mil.
Da OAS, a JD recebeu, em m�dia, R$ 30 mil mensais sob a rubrica de "consultoria" e "subempreiteiros", de janeiro de 2010 a dezembro de 2011, somando R$ 720 mil. A Receita identificou, ainda, cr�ditos da UTC em favor da empresa do ex-ministro: R$ 1,377 milh�o em 2012 e R$ 939 mil em 2013, neste caso por "consultoria, assessoria e auditoria".
"Verifica-se que no per�odo de 2009 a 2013, a JD recebeu a expressiva quantia de R$ 3,761 milh�es a t�tulo de consultoria, das empreiteiras listadas, as quais est�o sendo investigadas justamente pelo pagamento de servi�os de consultoria fict�cios a empresas diversas para viabilizar a distribui��o de recursos espoliados do poder p�blico", disse a ju�za federal Gabriela Hardt.
Diferen�a
Segundo investiga��es da Lava Jato, Youssef usava empresas de fachada para receber comiss�es de empreiteiras e diretores da Petrobras que depois eram distribu�das para executivos da estatal e partidos pol�ticos. No caso de Dirceu, a suspeita � de que a JD emitia notas por servi�os n�o realizados; n�o h� ind�cios de que o dinheiro era repassado, ou seja, ficava com Dirceu.
A ju�za decretou inicialmente a quebra dos sigilos banc�rio e fiscal apenas da JD em 8 de janeiro. No dia seguinte, informada pelo Minist�rio P�blico de que Dirceu e seu irm�o s�o detentores de cotas da empresa, estendeu a ordem para contas banc�rias e declara��es de rendas de ambos.
"O objetivo da quebra � identificar eventuais outros pagamentos suspeitos", disse a ju�za. "H� causa prov�vel para a quebra de sigilo requerida, uma vez que necess�ria para verificar se os investigados foram ou n�o benefici�rios do esquema de distribui��o de recursos desviados da Petrobras." Segundo o Minist�rio P�blico, "valores desviados das obras, em montantes milion�rios", foram repassados a empresas de Youssef, em pagamentos simulados de servi�os.
A assessoria de Dirceu negou haver rela��o entre os servi�os de consultoria e contratos da Petrobras. Segundo nota publicada no blog de Dirceu, ele foi contratado para dar consultoria sobre mercados externos. "A rela��o comercial com as empresas n�o guarda qualquer rela��o com contratos na Petrobras sob investiga��o." As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.