Bras�lia, 24 - Com a entrada do Pal�cio do Planalto para fortalecer a candidatura de Arlindo Chinaglia (PT-SP) � presid�ncia da C�mara, o l�der do PMDB Eduardo Cunha (RJ) intensificou nos �ltimos dias a investida sobre os eleitores de J�lio Delgado (PSB-MG). A inten��o � tentar evitar um segundo turno na elei��o da Mesa Diretora da Casa. O alvo principal � o PSDB.
Al�m dos tucanos, aliados de Cunha t�m procurado tamb�m deputados do PSB, PPS e PV para defender um "voto �til contra o PT" j� no 1� turno. Essas legendas apoiam Delgado, hoje visto como um "azar�o" e com poucas chances de amea�ar os dois principais postulantes ao comando da C�mara.
A tend�ncia � que a maior parte desses parlamentares migre para Cunha em um eventual 2� turno. Na an�lise dos tucanos, a expressiva maioria da bancada deve migrar para o peemedebista se a disputa passar da primeira fase.
Dentre os motivos apontados para o apoio est�o a chance maior que Cunha tem de atender � oposi��o na condu��o dos trabalhos e a expectativa de enfrentamento com o PT e o governo que ele deve fazer. O PSDB n�o acredita no envolvimento do peemedebista na Opera��o Lava Jato. Em sua dela��o premiada, o doleiro Alberto Youssef citou o peemedebista como um dos benefici�rios do esquema. Cunha nega.
Mas a avalia��o de deputados consultados pelo Estado � de que articula��o do governo nas �ltimas semanas, embora n�o tenha retirado o favoritismo de Cunha, conseguiu "encorpar" Chinaglia. Para um deputado do PSDB, o candidato do PMDB sentiu a a��o do Planalto para desidrat�-lo e por isso atua para tentar resolver a elei��o no primeiro turno por saber que uma segunda rodada pode se transformar em "outra elei��o".
Coer�ncia
Com 54 deputados a partir de fevereiro, o PSDB resiste a antecipar o "voto �til" e trabalha para garantir uma unidade da bancada em torno de Delgado. Para os tucanos, apoiar um candidato genuinamente da oposi��o no primeiro turno � uma mensagem de coer�ncia com o que foi defendido pelo presidenci�vel tucano A�cio Neves na campanha do ano passado.
Mas defec��es em favor de Cunha s�o previstas no primeiro turno, tendo em vista que o voto � secreto. Na segunda-feira o peemedebista participa de um encontro com a bancada do PSDB de S�o Paulo.
Nesta semana, o Pal�cio do Planalto operou para ampliar os apoios a Chinaglia, o que, na avalia��o de deputados, acabou por coloc�-lo em uma situa��o mais favor�vel na disputa. O ministro das Cidades, Gilberto Kassab, costurou a ades�o da bancada do PSD � plataforma do petista.
Tido como um dos principais cabos eleitorais de Chinaglia, ele comanda um or�amento de R$ 32,2 bilh�es na pasta e prepara a refunda��o do Partido Liberal. O Planalto tamb�m escalou ministros para cobrar fidelidade de siglas que foram contempladas com minist�rios no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff mas que t�m demonstrado prefer�ncia pelo peemedebista, como PRB, PP e PTB.
O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse ontem que "est� claro" que a grava��o com conversa telef�nica no qual � citado de forma comprometedora "� uma montagem" que pode ser resultado de uma "briga de fac��es" da Pol�cia Federal, sem especificar quais seriam essas fac��es. O parlamentar encaminhou a grava��o, que primeiramente atribuiu � "c�pula da PF", ao Minist�rio da Justi�a pedindo a abertura de investiga��o porque disse ser v�tima de "arma��o" em meio � disputa acirrada pela presid�ncia da C�mara.
"Est� claro, como eu sabia, que � uma montagem", disse Cunha ao receber t�tulo de cidad�o honor�rio de Belo Horizonte, na C�mara da capital mineira. "Agora eles (PF) apurem onde aquela montagem ia aparecer, como ela surgiu e quem a fez. � importante esclarecer isso para a sociedade. N�o d� mais para, em todo processo eleitoral, aparecerem coisas dessa natureza", acrescentou.
Cunha ressaltou que n�o acusou "quem quer que seja" de estar por tr�s do caso. "Relatei ao ministro da Justi�a coisas que n�o falei publicamente, porque eu n�o queria expor nomes sem qualquer prova. Poderiam estar sendo v�timas de qualquer tipo de briga de fac��es. N�o farei isso", disse ele, que ter� nova audi�ncia com o ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, na ter�a-feira. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.