Bras�lia, 25 - �s v�speras de completar 35 anos, o PT est� em ebuli��o em raz�o das medidas impopulares na economia, como aumento de impostos e mudan�as no seguro-desemprego. As cr�ticas se espalham e o governo tenta evitar que a insatisfa��o seja formalizada no pr�ximo dia 6, quando haver� reuni�o do Diret�rio Nacional petista, em Belo Horizonte, e um ato para comemorar o anivers�rio do partido.
Dilma e o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva s�o os convidados de honra da festa, que ocorrer� em momento dif�cil para o PT e sua principal corrente, a Construindo um Novo Brasil (CNB), afastada do "n�cleo duro" do Planalto. Tudo est� sendo preparado para abafar o tiroteio, que aparece na esteira de queixas sobre a condu��o do governo, o isolamento de Dilma e a perda de espa�o do grupo de Lula no primeiro escal�o.
Nos bastidores, por�m, deputados, senadores e at� dirigentes do PT manifestam inc�modo com o fato de Dilma, em seu segundo mandato, s� apresentar um "saco de maldades" para a popula��o, sem qualquer agenda positiva, e reclamam do custo pol�tico das medidas.
"Quando o ministro da Fazenda diz que o atual modelo do seguro-desemprego � completamente ultrapassado, precisamos saber o que ele prop�e para p�r no lugar, porque estamos falando de prote��o ao trabalhador", afirmou o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), numa refer�ncia � entrevista do ministro Joaquim Levy ao jornal ingl�s Financial Times. "N�s somos a favor de combater as fraudes, mas vamos retirar da proposta do governo tudo o que vier para prejudicar os trabalhadores e revogar direitos."
A pol�mica que atormenta o segundo mandato de Dilma, com cortes de gastos e juros na estratosfera, lembra a queda de bra�o do in�cio do governo Lula, em 2003, entre monetaristas e desenvolvimentistas. Na �poca, Ant�nio Palocci era ministro da Fazenda, Levy comandava a Secretaria do Tesouro e o PT gritava, como hoje, contra a ortodoxia da pol�tica econ�mica.
"Mesmo que pessoas do PT encarem o que estamos fazendo como ajuste antissocial, n�s precisamos ter responsabilidade", disse ao Estado o ministro das Comunica��es, Ricardo Berzoini. "Temos um patrim�nio de seguridade social que muitos pa�ses n�o t�m e, para que tudo isso resista �s mudan�as na economia, � necess�rio, de tempos em tempos, fazer ajustes, porque o or�amento � finito. N�s n�o estamos no v�cuo. Estamos no mundo."
Berzoini destacou que a previd�ncia pelo INSS, somada ao seguro-desemprego, consumiu, nos �ltimos doze meses, R$ 460 bilh�es. "Para que as conquistas obtidas com a Constitui��o de 1988 sejam preservadas, governo e Congresso n�o podem ficar omissos diante de distor��es", emendou Berzoini, que foi ministro da Previd�ncia no governo Lula.
Na tentativa de amenizar o bombardeio na dire��o do Planalto, o senador Humberto Costa (PE) disse que o PT est� aberto a discuss�es. "Criticar � normal. N�o se pode confundir o partido com o governo", argumentou Costa, que � l�der do PT no Senado. Na sua avalia��o, medidas duras s�o necess�rias para retomar o "n�cleo" do projeto de crescimento com distribui��o de renda. "Mas a nossa preocupa��o � com a prote��o social", insistiu. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.