
Um artigo publicado na p�gina na corrente petista "O Trabalho", assinado pelo economista Alberto Handfas, acusa o ministro da Fazenda, Joaquim Levy de fazer "chantagem" para implantar no Brasil a "agenda dos banqueiros internacionais" e repetir o governo Fernando Henrique Cardoso. O Trabalho � uma das correntes mais � esquerda dentro do PT.
"Joaquim Levy, o novo ministro da Fazenda de Dilma, utiliza-se do cen�rio econ�mico internacional mais desafiador para fazer chantagem e avan�ar a agenda dos banqueiros internacionais. Pretende retomar a agenda de Fernando Henrique Cardoso do PSDB", escreve no artigo que foi originalmente publicado no jornal da corrente. O Trabalho tem um representante, Marcos Sokol, no diret�rio nacional, ou 1,38% do total.
Handfas, que aparece na lista de filiados ao PT, contraria o discurso do governo de que n�o h� redu��o de direitos trabalhistas e ataca as medidas anunciadas pela equipe econ�mica. Ainda na opini�o do professor, a redu��o de subs�dios ter� como consequ�ncia aumentos consider�veis nas contas de �gua luz e no pre�o da gasolina.
O economista se mostra preocupado com a diminui��o do papel dos bancos p�blicos e a "liberaliza��o" do com�rcio internacional. Para Handfas, isso implicaria no fechamento de empresas e o aumento do desemprego no Brasil. "Tais medidas, se aplicadas, implicar�o no fechamento de muitas empresas nacionais e com elas de milhares, sen�o milh�es, de empregos. Mas para o ministro isso � um detalhe com o qual se poder� lidar ajudando as empresas atrav�s da redu��o de seus custos trabalhistas".
Como alternativas, o economista sugere medidas contr�rias �s que v�m sendo adotadas pela atual equipe, como o "fim da mobilidade de capitais" e a "centraliza��o cambial". "Permitiria ao governo retomar sua autoridade para definir as taxas de juros e de c�mbio em favor da ind�stria e do desenvolvimento nacional", argumenta.
Na contram�o do que defende o petista, Joaquim Levy disse hoje que o governo "n�o quer manter o c�mbio valorizado artificialmente". O ministro da Secretaria Geral da Presid�ncia, Miguel Rossetto, negou que haja mudan�a entre o discurso da campanha e deste in�cio de governo.
A tens�o entre quadros do PT e a nova equipe econ�mica vem marcando o in�cio de segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. As medidas de ajuste fiscal causaram mal estar em diversos setores do partido e geraram cr�ticas p�blicas de figuras como Jos� Dirceu e do vice-presidente do partido Alberto Cantalice.