
Manifesta��o nesse sentido foi feita pelo procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot em documento datado de ter�a-feira, mas foi inclu�do somente ontem no sistema do Supremo Tribunal Federal (STF). Duque foi solto no in�cio de dezembro por decis�o do ministro Teori Zavascki, que entendeu n�o ser defens�vel a manuten��o da pris�o apenas por um eventual risco de fuga.
Para o procurador-geral, o risco � premente e justifica, sim, a deten��o do ex-diretor. Ele destaca que Duque teria mais condi��es de escapar que outras pessoas por ter acesso a “milh�es de reais” e devido � falta de controle nas fronteiras brasileiras.
“Parece bastante claro que o paciente possui in�meras possibilidades (notadamente financeiras, a partir de dezenas de milh�es de reais angariados por pr�ticas criminosas) de se evadir por in�meros meios e sem m�nimo controle seguro, especialmente se consideradas as continentais e incontroladas fronteiras brasileiras”, argumenta.
Ontem, a Comiss�o de �tica P�blica da Presid�ncia da Rep�blica pediu mais informa��es a Nestor Cerver� e Renato Duque, ex-diretores da Petrobras, para complementar investiga��es sobre den�ncias contra os dois. O primeiro responde por supostas irregularidades relacionadas � compra da Refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), e o segundo, por suspeita de ter recebido propina. Essa n�o � a primeira vez que a comiss�o faz solicita��o desse teor. Para Cerver� esse � o quarto pedido. Para Duque, o segundo.
A reuni�o de ontem da Comiss�o, a despeito dos pedidos de mais informa��es para os ex-diretores da Petrobras, foi basicamente para analisar consultas de conflitos de interesse feitos por ex-integrantes do governo que est�o indo para a iniciativa privada. Desde a �ltima reuni�o da comiss�o, 27 novos pedidos chegaram, entre eles o do ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega.
O presidente da Comiss�o de �tica, Am�rico Lacombe, n�o revelou a conclus�o dos pedidos e evitou falar nomes dos que fizeram solicita��es. “Houve muita gente que saiu dos cargos e foi para iniciativa privada”, disse. Lacombe explicou ainda que os casos relacionados � Opera��o Lava-Jato e um envolvendo a presidente da Petrobras, Gra�a Foster, n�o entraram na pauta desse encontro. A pr�xima reuni�o da Comiss�o de �tica ser� em 25 de fevereiro.
Lista de pol�ticos intriga juiz
Bras�lia – O juiz federal S�rgio Moro, da Opera��o Lava-Jato, deu um prazo de cinco dias para a defesa do executivo Ricardo Pessoa, da UTC, esclarecer os motivos de ter inclu�do como suas testemunhas de defesa diversos pol�ticos, entre eles, o ministro da Defesa, Jaques Wagner. Em seu despacho, Moro disse necessitar esclarecer “se de fato (os arrolados) t�m conhecimento sobre o objeto da imputa��o e o que poderiam esclarecer a respeito”. “Deve-se ademais prevenir a eventual utiliza��o do processo judicial como forma de gerar constrangimento desnecess�rio a agentes p�blicos”, acrescentou. Ontem, o ministro afirmou que est� disposto a depor.
“Se for a minha obriga��o, irei para dar um depoimento do que conhe�o dele. Empres�rio (Ricardo Pessoa), tem investimento na Bahia. Pelo menos nas rela��es que n�s tivemos l�, eu n�o tenho nada para registrar de errado”, disse Jaques Wagner. Questionado se considerou sua cita��o no processo como intimida��o, ele disse que n�o. Em 2010, a UTC doou a Wagner, ent�o candidato ao governo da Bahia, R$ 2,4 milh�es.
Al�m do ministro, foram arroladas como testemunhas o tesoureiro da campanha de Lula em 2006, Jos� de Filippi J�nior, o deputado e candidato � Presid�ncia da C�mara Arlindo Chinaglia (PT-SP), o ex-ministro das Comunica��es Paulo Bernardo e os deputados federais Paulinho da For�a (SD-SP), Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP), Jutahy J�nior (PSDB-BA) e o ex-deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP).
A�cio ataca mentiras
Bras�lia – “Cada vez mais vai ficando claro que quem venceu as elei��es foi a mentira.” Foi assim que o senador A�cio Neves (PSDB-MG) comentou as den�ncias de corrup��o na Petrobras e a desist�ncia de constru��o de mais refinarias no Nordeste. O senador criticou o fato de a presidente Dilma Rousseff ter tido uma boa vota��o na regi�o e, agora, a petroleira abortar a constru��o das refinarias Premium, no Maranh�o e no Cear�. “� uma vergonha”, disse A�cio durante entrevista em Bras�lia, no Hotel Royal Tulip. “Destru�ram a nossa maior empresa e n�o tiveram sequer a capacidade de agora, reconhecendo os desvios, minimizar essas perdas.”
Para A�cio, apesar do bom trabalho do Minist�rio P�blico e da Pol�cia Federal, os parlamentares t�m de assumir seu papel. “A prioridade deve ser o Congresso Nacional retomar as investiga��es em rela��o aos desvios na Petrobras porque estamos ainda vendo a ponta do iceberg”, avaliou. “Temos a responsabilidade de avan�ar nessas investiga��es”. O senador ainda ressaltou a necessidade de se colher assinaturas para outras comiss�es parlamentares de inqu�rito (CPIs). Em dado momento da entrevista, mencionou “desvios nos fundos de pens�o e no Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) ”.