O l�der do PMDB e candidato � Presid�ncia da C�mara, Eduardo Cunha (RJ), afirmou neste domingo, 1º, em discurso no plen�rio da Casa, que o PT "n�o tem advers�rios", mas "inimigos". "Todos os que ousam enfrentar (o PT) acabam se tornando inimigos e v�timas de toda sorte de ataques. N�s fomos v�timas", discursou Cunha, sob aplausos, na sess�o que escolher� o sucessor de Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). "Mas Deus mostrou o caminho correto e viu que a verdade prevaleceu."
Considerado favorito para o pleito de hoje, Cunha atribuiu a "alopragens" e viu objetivos pol�ticos quando teve seu nome envolvido como suposto receptor de propina do doleiro Alberto Youssef, no �mbito da opera��o Lava Jato. Depois de not�cias serem divulgadas, o advogado de Youssef negou envolvimento de seu cliente com o peemedebista. Durante a campanha, o parlamentar tamb�m divulgou um �udio que, segundo ele, teria sido forjado para prejudic�-lo. "Foi uma campanha muito dura, na qual fui muito atacado e agredido", afirmou.
Ele destacou por diversas vezes que a C�mara precisa ser "independente" - seu principal mote de campanha - e n�o "submissa" aos interesses do Pal�cio do Planalto. "Ningu�m vai ver eu me curvar a algo que n�o seja a maioria desta Casa", frisou. No seu entender, um petista na presid�ncia da C�mara criaria essa submiss�o, uma vez que o partido comanda o governo.
"As elei��es (para presidente da Rep�blica), muito diferente das tr�s anteriores, n�o teve uma hegemonia eleitoral, mas uma vit�ria eleitoral. Isso n�o d� condi��es para uma hegemonia pol�tica", disse Cunha.
Cunha aproveitou os 10 minutos aos quais teve direito na tribuna para fustigar seu principal advers�rio, o petista Arlindo Chinaglia (SP). Ele citou a elei��o para a presid�ncia da C�mara que op�s o hoje ministro Aldo Rebelo (PCdoB), ent�o candidato com o apoio do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, e o pr�prio Chinaglia. "O Aldo Rebelo disse que n�o podemos concentrar num �nico partido o poder do Legislativo e do Executivo. Infelizmente n�o ouvimos (a ele) e vimos a diferen�a de ter o mesmo partido nos dois poderes", afirmou.
Avan�os
Na esteira do discurso anti-hegemonia que sedimentou sua campanha, Cunha alegou que os principais avan�os institucionais da C�mara dos �ltimos anos ocorreram quando peemedebistas estiveram na presid�ncia. Ele citou a interpreta��o constitucional do hoje vice-presidente Michel Temer que "destrancou" vota��es antes bloqueadas por medidas provis�rias. Tamb�m disse que o outro grande avan�o veio com o Or�amento Impositivo, mecanismo pelo qual o Executivo � obrigado a pagar emendas parlamentares individuais.
"Se for poss�vel, na pr�xima semana vamos votar o segundo turno dessa PEC (do Or�amento Impositivo)", prometeu Cunha. "Paramos de ir de pires na m�o mendigar verbas nos minist�rios", emendou o peemedebista, que tamb�m disse que estender� o Or�amento Impositivo para as emendas coletivas de bancada.
Para Cunha, � preciso devolver � C�mara a dimens�o que ela deve ter e recuperar a "altivez" e o "orgulho" da Casa . "O provo precisa de leis e de deputados fortes que o representem e ajudem o nosso Pa�s", defendeu.