Bras�lia – Com a previs�o de que enfrentar� dificuldades para dar andamento aos projetos de interesse do governo no Congresso, a presidente Dilma Rousseff focou a mensagem enviada aos parlamentares no primeiro dia de trabalho da legislatura na defesa das medidas econ�micas anunciadas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Parte das decis�es precisar�o ser aprovadas pelos congressistas. Dilma garantiu que n�o haver� recess�o e justificou as medidas, atacadas pela oposi��o, como meio de dar continuidade � inclus�o social.
No texto, Dilma minimiza os problemas na economia do pa�s. “A infla��o, por exemplo, foi mantida em 2014, mais uma vez, dentro do intervalo admitido pelo regime das metas inflacion�rias, assim como em todos os demais anos do meu mandato”, diz a presidente. Ela admite, no entanto, que o controle da infla��o ser� a prioridade da “gest�o macroecon�mica”. Dilma atribuiu � seca a alta dos pre�os dos alimentos. “Enfrentamos, em anos sucessivos, um choque no pre�o dos alimentos, devido ao pior regime de chuvas de que se tem registro.”
Dilma diz que o outro problema � a “redu��o expressiva nas taxas de crescimento” da economia mundial. Na lista de pa�ses afetados, ela citou a China. A presidente disse que as “medidas corretivas” do governo n�o afetar�o “a redu��o das desigualdades, a elimina��o da pobreza e a amplia��o dos direitos sociais”. “N�o promoveremos recess�o e retrocessos”, afirmou.
Beto Mansur levou uma hora e 18 minutos para ler a mensagem de Dilma. Foi ignorado pela maioria do plen�rio. Dispersos, os parlamentares conversavam em tom alto, enquanto poucos prestavam aten��o no texto lido pelo colega. Alguns chegaram a cobrar agilidade do orador. No meio da leitura, quando Mansur reproduzia trecho em que Dilma defende a constru��o Refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, os deputados Jos� Carlos Aleluia (DEM-BA) e Ant�nio Imbasahy (PSDB-BA) gritaram “Petrol�o” e “mentirosa”. A obra foi citada por delatores da Opera��o Lava-Jato como uma das que foram alvo de superfaturamento.
Mais brevemente do que o texto enviado por Dilma, Cunha, Renan e Lewandowski tamb�m discursaram. Os comandantes da C�mara e do Senado garantiram que dar�o prioridade � reforma pol�tica e prometeram uma gest�o independente e harm�nica com os outros poderes.
‘Pe�a de fic��o’
A oposi��o reagiu � mensagem enviada pela presidente Dilma Rousseff ao Congresso. Escolhido para liderar o DEM no Senado durante 2015, Ronaldo Caiado (GO) afirmou que o texto “carece de credibilidade”. “O que ela apresentou aqui n�o tem nenhuma compatibilidade com o que est� ocorrendo no pa�s”, disse. O l�der do PSDB na C�mara, Carlos Sampaio (SP), refor�ou a vis�o de Caiado. “O Brasil ao qual a presidente Dilma se refere, o das mil maravilhas, n�o � o Brasil real, que sofre com as incompet�ncias e omiss�es de seu governo”, afirmou. Para Sampaio, a mensagem “refor�a a desconfian�a da sociedade”.