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Estado de Minas

Governo engole trai��es na C�mara para garantir aprova��o de projetos

Elei��o de Cunha na C�mara ressalta divis�o entre Mercadante e Jaques Wagner, articuladores do PT, e acentua a preocupa��o do Planalto com as propostas que Dilma quer ver aprovadas


postado em 03/02/2015 06:00 / atualizado em 03/02/2015 07:17

Paulo de Tarso Lyra, Grasielle
Castro, Amanda Almeida
e Andr� Shalders

Cunha, Mercadante e Calheiros na abertura dos trabalhos do Congresso: ministro adotou discurso conciliador, defendendo 'diálogo' e para a 'construção de uma agenda que o Brasil precisa'(foto: Geraldo Magela/Agência Senado)
Cunha, Mercadante e Calheiros na abertura dos trabalhos do Congresso: ministro adotou discurso conciliador, defendendo 'di�logo' e para a 'constru��o de uma agenda que o Brasil precisa' (foto: Geraldo Magela/Ag�ncia Senado)

Bras�lia – A derrota do Planalto com a elei��o de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a presid�ncia da C�mara escancarou a divis�o de estilo entre o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e o ministro da Defesa, Jaques Wagner, principais expoentes da nova articula��o pol�tica da presidente Dilma Rousseff. Wagner tentou costurar at� o �ltimo momento uma alian�a entre PT e PMDB na C�mara, na tentativa de impedir o embate entre Cunha e Arlindo Chinaglia. Mercadante optou pelo confronto e apostou na mobiliza��o dos demais ministros, como Cid Gomes (Educa��o) e Gilberto Kassab (Cidades), para ajudar a esvaziar o PMDB e reverter casos de infidelidade na base aliada, j� que os sinais de debandada pr�-Cunha j� se tornavam n�tidos. Deu errado.


O governo ainda tenta digerir as trai��es internas, j� que Chinaglia teve menos votos do que poderia na coliga��o partid�ria que o apoiou formalmente. Isso sem levar em conta o PP e o PR, que comandam o minist�rio da Integra��o Nacional e do Esporte, respectivamente, e apoiaram oficialmente Eduardo Cunha. A presidente Dilma Rousseff, que montou a Esplanada dos Minist�rios para garantir a fidelidade da pr�pria base de sustenta��o, sentiu o impacto da pr�pria fragilidade e agora ter� de ter cuidado redobrado, pois a derrota pol�tica poder� transformar-se em derrota econ�mica.


O ano ser� dif�cil e � prefer�vel, na vis�o de estrategistas dilmistas, distensionar os �nimos para n�o atrapalhar iniciativas legislativas importantes, como as mudan�as no seguro-desemprego, nas regras de pens�es ou a prorroga��o por mais quatro anos da Desvincula��o das Receitas da Uni�o (DRU).

Nessa segunda-feira, Mercadante disfar�ou a derrota na C�mara, dando uma declara��o blas� sobre a elei��o de Cunha. “Na C�mara, houve a disputa entre as duas principais bancadas. Essa � uma casa pol�tica. Tem vota��o, a gente ganha ou perde. O importante � manter o di�logo, e a disposi��o de constru��o de uma agenda que o pa�s precisa”, disse ele.

Sem ca�a

Diante da fragilidade na articula��o pol�tica, uma ca�a �s bruxas em busca de infi�is est� aposentada. “As bruxas est�o espalhadas em muitos outros partidos aliados. N�o d� para querer piorar ainda mais as coisas”, disse um integrante da articula��o pol�tica. “Em mat�ria eleitoral, voc� converge, diverge, alguns trabalham para alguns, outros trabalham para outros at� o dia das elei��es. No dia seguinte �s elei��es a busca � pelo bem comum”, ameniza o vice-presidente Michel Temer. Segundo ele, n�o h� preocupa��es com a rela��o entre a C�mara e o Planalto. Temer acredita que haver� independ�ncia com harmonia.


 “A C�mara deu um recado muito claro para n�s. Se o governo insistir no confronto, as sequelas poder�o ser piores”, afirmou um interlocutor palaciano. “Eles descobriram, na pr�tica, que � o PMDB quem entende dos meandros do Congresso. � uma longa estrada pavimentada por Jos� Sarney, Renan Calheiros, Michel Temer, Henrique Alves e, agora, Eduardo Cunha”, provocou um cacique peemedebista.


O presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), confirmou ter recebido um telefonema de congratula��es da presidente Dilma Rousseff. “Foi uma conversa amistosa”, afirmou, lac�nico. O ministro das Rela��es Institucionais, Pepe Vargas, um dos cabos eleitorais do candidato governista derrotado tamb�m telefonou para Cunha, mas apenas recebeu o recado de que o presidente da C�mara n�o poderia atend�-lo e que retornaria em outro momento.

‘Harmonia’

Por sua vez, o ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, enviou sinais de distens�o na rela��o entre o Planalto e Cunha. Ele disse ter certeza de que o novo presidente da C�mara far� uma gest�o “excelente” e “harmoniosa” com o Executivo. Questionado sobre o fato de seu partido, o PT, ter ficado sem cargos na Mesa Diretora da C�mara, Cardozo minimizou as dificuldades e comentou que governo conseguir� manter uma rela��o harm�nica com o Legislativo.


Petista citado na Opera��o Lava-Jato e n�o reeleito, o ex-deputado C�ndido Vaccarezza tripudiou nas redes sociais sobre a derrota do Planalto e do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP). “O pior � que informaram para a bancada que Arlindo poderia ganhar no primeiro turno. � muita incompet�ncia. O PT fica fora da mesa e das principais comiss�es. Por incompet�ncia da articula��o pol�tica do governo e do pr�prio PT na C�mara”, escreveu o ex-parlamentar.


 Integrantes do PMDB tamb�m n�o esconderam a satisfa��o por derrotar o PT. “O A�cio, que s� pode oferecer um caf�, conseguiu 100 votos para J�lio Delgado (PSB-MG) na disputa da C�mara. O governo coloca sete ministros, tem o poder da caneta e d� 136 votos para o Chinaglia. Que coisa, hein?”, ironizou um l�der partid�rio.

 

 

PAUTAS EM SUSPENSE

Confira temas urgentes que preocupam o Planalto, especialmente com a perspectiva de um Congresso hostil ao governo

Prorroga��o da desvincula��o das Receitas da Uni�o (DRU)


A DRU � a autonomia que o governo tem para gastar livremente at� 20% do dinheiro arrecadado com impostos e contribui��es. A medida precisa ser renovada este ano. O governo quer a extens�o por mais quatro anos. O presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), concorda com apenas um ano extra.
 
Aprova��o do or�amento 2015


O governo precisa aprovar a pe�a or�ament�ria de 2015 para ter alguma margem de manobra de investimentos sem ficar restrito apenas aos duod�cimos, que garantem recursos somente para o custeio da m�quina.
 
Mudan�as trabalhistas e previdenci�rias


Por meio de medidas provis�rias, o governo alterou o seguro-desemprego e a pens�o por morte. De acordo com o texto, em vez de ter direito ao seguro ap�s seis meses de contribui��o, o benefici�rio precisar� comprovar v�nculo empregat�cio de, pelo menos, 18 meses. Na segunda solicita��o, a car�ncia ser� de 12 meses. O governo tamb�m alterou o seguro-defeso, o aux�lio-doen�a e o abono salarial. O Congresso precisa votar as MPs para que se tornem leis.
 
Vetos presidenciais


O Congresso tem autonomia para derrubar vetos presidenciais, como o que corrige a tabela do Imposto de Renda. Este ano, por exemplo, Dilma vetou o �ndice de 6,5% aprovado pelo Congresso, fixando o percentual em 4,5%.


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