
Bras�lia - Rec�m-empossado no Senado, Jos� Serra (PSDB-SP) afirmou nessa quarta-feira que a Petrobras precisa "vender, conceder ou extinguir" ativos que hoje d�o preju�zo e �reas que fogem da prospec��o e explora��o de petr�leo, principal atividade da estatal. "Diversificou demais e foi muito al�m do necess�rio", justificou o tucano. Nesse retorno a Bras�lia, Serra se prepara para cobrar a equipe econ�mica do governo e listou como uma das prioridades do mandato propor uma lei que obrigue o governo a fazer propaganda contra as drogas. Para o tucano, criou-se um tabu "no PT e na esquerda" de que se deve ter postura "frouxa" sobre o tema. "No meu tempo de UNE (Serra foi presidente da Uni�o Nacional dos Estudantes em 1964), que era o que havia de mais esquerdista na �poca, fumar maconha era coisa de alienado."
A condu��o da Petrobras vem sendo criticada, especialmente pela oposi��o. Que mudan�as deveriam ocorrer?
A Petrobras tem que ser refundada. Mudar radicalmente os m�todos de gest�o, profissionalizar diretoria, conselho administrativo e rever as tarefas que exerce. Sua fun��o essencial � explorar e produzir petr�leo. No Brasil, a Petrobras diversificou demais e foi muito al�m do necess�rio, acabou se lan�ando em neg�cios megaloman�acos e ruinosos. Hoje, ela atua na distribui��o de combust�veis no varejo, nas �reas de petroqu�mica, fertilizante, refinaria, meteu-se em ser s�cia de empresa para fabricar plataformas e investiu at� em etanol, justamente quando a pol�tica de conten��o de pre�os da gasolina arruinava o setor. O que d� preju�zo precisa ser enxugado.
Enxugado como? Vendido?
Vendido, concedido ou extinto. E tem que come�ar pela revis�o do modelo do pr�-sal: retirar a obrigatoriedade de a empresa estar presente em todos os po�os, ser a operadora �nica dos cons�rcios e ter que suportar os custos mais altos da pol�tica de conte�do nacional. N�o se trata apenas de contabilidade, a empresa tem que ter vigor, porque o petr�leo continuar� por muito tempo sendo uma grande mercadoria. O mais fenomenal � que, quando a energia estava cara l� fora, aqui foi mantida artificialmente barata para segurar a infla��o e ajudar a reelei��o da presidente, desestruturando o setor de petr�leo e de etanol. Agora que ficou barata l� fora, � mantida cara aqui, prejudicando o PIB, dificultando a queda dos pre�os e tirando competitividade das empresas.
O sr. vai apresentar um projeto para limitar o endividamento da Uni�o. A mudan�a mexeria na forma como o governo d� transpar�ncia aos gastos, especialmente na pol�tica econ�mica?
Claro. Quando voc� tem que fazer limites para a d�vida - tanto l�quida quanto bruta -, isso implica transpar�ncia total. Implica a transpar�ncia que o Banco Central tem que dar em suas opera��es na �rea monet�ria. A pol�tica de juros, por exemplo, pode gerar endividamento.
V�o brigar por transpar�ncia nos empr�stimos do BNDES?
Sim, fala-se muito nisso, mas n�o � a �nica. As opera��es de swap (feitas pelo BC para amenizar a valoriza��o do Real) produziram perdas no ano passado de mais de R$ 20 bilh�es e tamb�m n�o est�o no Or�amento. Tenho projeto pronto para estabelecer esses limites. E mais: que o BC cumpra o que n�o vem cumprindo, ou seja, a apresenta��o peri�dica das consequ�ncias fiscais da pol�tica monet�ria. O presidente do BC vem ao Senado, fala das metas monet�rias, dos agregados, e passa por cima das implica��es fiscais disso. Vou cuidar para que esse requisito, que � da lei, seja observado. N�o se trata de obstruir, trata-se de demandar mais transpar�ncia. Outra novidade � um projeto para obrigar o governo a fazer uma campanha educacional contra as drogas, porque hoje ele n�o faz.