Bras�lia, 05 - Em meio a uma nova investida da Opera��o Lava Jato, com a condu��o coercitiva do tesoureiro do PT, Jo�o Vaccari Neto, para depor na Pol�cia Federal de S�o Paulo e a revela��o de que o esquema de corrup��o na Petrobras rendeu R$ 200 milh�es ao partido, o ministro Jos� Eduardo Cardozo (Justi�a) deu um "cano" no titular da Secretaria Antidrogas do Paraguai, Luis Alberto Rojas, em evento na sede da PF. Os ministros deveriam assinar a renova��o da ades�o do Brasil ao Programa de Coopera��o com a Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad/PY), como previa a agenda do evento.
Cardozo, contudo, enviou o secret�rio-executivo do Minist�rio da Justi�a, Marivaldo de Castro Pereira, como representante da pasta. O secret�rio justificou a aus�ncia do ministro afirmando que "ele est� de perna para cima" devido a uma doen�a que ele disse desconhecer o nome. Segundo Pereira, Cardozo estava despachando de casa. "Ele est� despachando de casa", disse. A assessoria de imprensa da Justi�a reportou que Cardozo est� fazendo exames para saber do que se trata as dores na perna. J� a agenda do ministro, dispon�vel no site do minist�rio, informa que ele despacha em seu gabinete.
A aus�ncia do ministro ofuscou a apresenta��o do balan�o da Opera��o Alian�a, conduzida pela PF e a Senad entre 2012 e 2014 para coibir o tr�fico de maconha do Paraguai para o Brasil. A opera��o conjunta erradicou 15 mil toneladas de p�s da droga em tr�s anos - equivalente a 3 mil hectares de �rea plantada.
No mesmo per�odo, no Brasil, por exemplo, foram apreendidas apenas 600 toneladas pela Pol�cia Federal. A opera��o tamb�m resultou na pris�o de 32 foragidos da pol�cia brasileira, entre elas o m�dico Roger Abdelmassih.
Legaliza��o
O Paraguai � o maior produtor de maconha do mundo, mas o consumo recreativo n�o � crime. O ministro Rojas, contudo, afirmou que seu pa�s criou um instituto de investiga��o cient�fica para estudar os efeitos da droga visando uma amplia��o das regras de consumo. Segundo Rojas, tamb�m est� em discuss�o o porte de droga. No Paraguai, o usu�rio pode portar at� 10 gramas de maconha e, acima dessa quantidade, pode ser preso. "A lei necessita mudar e se adaptar � realidade", disse.
O diretor-geral da Pol�cia Federal, Leandro Daiello, disse que � melhor erradicar a maconha no Paraguai do que perseguir a droga depois que ela entra na rota de comercializa��o. Ao ser questionado se seria o melhor n�o legalizar a maconha para focar os esfor�os da PF em outras a��es, como fez o vizinho Uruguai, Daiello disse que a descriminaliza��o � atribui��o do Congresso Ncional. "A quest�o de ser tend�ncia no mundo n�o � uma quest�o da Pol�cia Federal. Hoje, no Brasil, a maconha � crime", disse.