Genebra- O ex-gerente executivo de engenharia da Petrobras Pedro Barusco abriu um total de 19 contas em nove bancos na Su��a para receber propinas. Em sua dela��o premiada, Barusco informou que suas contas foram congeladas em mar�o de 2014 pelas autoridades su��as, que j� investigavam o caso. A Opera��o Lava-Jato, que investiga desvios de recursos em contratos da Petrobras foi deflagrada justamente em mar�o do ano passado. Barusco, alvo da opera��o, est� preso por suspeita de envolvimento com o esquema de corrup��o na estatal.
O que chama a aten��o dos investigadores no Brasil e na Su��a n�o s�o apenas os montantes depositados, mas tamb�m a quantidade de contas abertas em quase 20 anos. A primeira delas foi no Banco Republic, em 1997. Os valores seriam transferidos para o BBA Creditan, que "at� mar�o de 2003 j� tinha US$ 1,4 milh�o". Naquele mesmo ano, ele abriu uma conta no Banco Safra, que fecharia em 2004 com US$ 1,8 milh�o.
Ainda em 2004, Barusco afirma ter criado uma offshore, a Tropez Real State, e uma conta em seu nome. Dez anos depois, essa conta foi fechada com US$ 13,5 milh�es. Ele confessou que, desse total, US$ 8,7 milh�es eram de propinas, principalmente da empresa holandesa SBM. Em 2005, mais uma conta: desta vez no Banco Safra em nome da offshore Dole Tech. Ela seria fechada em 2014 com US$ 11 milh�es. Desse total, US$ 8,1 milh�es seriam de propinas.
O ex-diretor da Petrobras abriu mais uma conta no Banco Safra em 2006, em nome da Marl Trader Services, empresa criada por ele e com sede nas Ilhas Virgens Brit�nicas. Em mar�o de 2014, essa conta acumulava US$ 15,4 milh�es, dos quais US$ 12,7 milh�es eram de propinas. Ele fecharia essa conta em mar�o para transferir o dinheiro para o Banco Cramer, em nome da empresa Ravenscroft Properties.
Outras contas
Em 2008, Pedro Barusco abriu mais uma conta, em nome da Rhea Comercial Inc, que acumulou US$ 14,2 milh�es at� mar�o de 2014. Naquele mesmo ano, ele abriu mais uma conta no Banco Safra, com US$ 7,2 milh�es at� mar�o de 2014 e em nome da empresa Pexo Corporation. Ali, segundo ele, � que estaria um dep�sito de US$ 1 milh�o feito pela Odebrecht.
Em 2013, ele afirma ter aberto uma conta da empresa Canyon Biew no RBC da Su��a e transferiu do Julius Baer cerca de US$ 7,1 milh�o. Em 2012, no tradicional banco Pictet, de Genebra, mais uma conta. Saldo: US$ 1,5 milh�o. Ele ainda possu�a a conta Lodgy, no Royal Bank of Canada, em sua sede su��a, assim como no PKB e outra no banco Pictet. Ele e sua fam�lia ainda contam com duas contas no banco Lombard Odier, HSBC e Delta. Em outra conta, a Natiras Investments, o saldo era de US$ 2,9 milh�es em mar�o de 2014. Barusco teria ainda mais US$ 2,8 milh�es em mais uma conta no Banco Cramer.
Bloqueio
O delator tamb�m confessou que tentou, em mar�o de 2014, fazer uma s�rie de transfer�ncias. Mas com as investiga��es j� em andamento, os su��os o impediram e bloquearam os valores. Naquele momento, Berna j� havia sido alertada pelas autoridades da Holanda e do Brasil sobre suspeitas envolvendo contratos entre a Petrobras e a empresa holandesa SBM Offshore. As autoridades exigiram dos bancos informa��es sobre os clientes e, no momento que as transfer�ncias eram feitas, o dinheiro era congelado. Quatro contas em nome de sua fam�lia, por�m, n�o foram bloqueadas naquele momento.
Barusco ainda indicou que, para a abertura das contas na Su��a, utilizou os servi�os do mesmo intermedi�rio que teria ajudado Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, e que tem US$ 23 milh�es bloqueados nos bancos su��os. O intermedi�rio, segundo Costa, era Bernardo Friburghaus, com escrit�rios no Rio de Janeiro.