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Estado de Minas

Bendine assume Petrobras e desagrada mercado


postado em 07/02/2015 08:31 / atualizado em 07/02/2015 09:00

Bras�lia - A presidente Dilma Rousseff decidiu manter o controle sobre a Petrobr�s ao escolher como novo presidente da empresa Aldemir Bendine, que at� ontem comandava o Banco do Brasil com obedi�ncia �s agendas do Pal�cio do Planalto. A escolha dividiu o Conselho de Administra��o. Tr�s dos dez membros votaram contra a indica��o.

Com a inesperada ren�ncia coletiva da diretoria da estatal, Dilma teve 48 horas para buscar um nome que fosse de sua confian�a e tamb�m tivesse prest�gio t�cnico e independ�ncia pol�tica para agradar ao mercado. Diante de algumas sondagens frustradas, n�o encontrou ningu�m dispon�vel que atendesse inteiramente aos requisitos.

A presidente decidiu baseada nos seguintes crit�rios: confian�a de que Bendine repetir� a fidelidade ao governo j� demonstrada no comando do BB; a experi�ncia dele no mercado com expertise para tentar sanar a confus�o cont�bil da empresa; e, por fim, sua disponibilidade em assumir a estatal e assinar os balan�os daqui para frente.

Bendine come�a a despachar na sede da Petrobr�s na segunda-feira. E ter� como primeira tarefa resolver o impasse sobre a aprova��o do balan�o e os reais valores dos ativos inflados, que a ex-presidente Gra�a Foster estimou em R$ 88,6 bilh�es.

A��es


A solu��o caseira decepcionou o mercado e as a��es da Petrobr�s, que haviam subido cerca de 15% anteontem diante de rumores da sa�da de Gra�a. Ontem ca�ram mais de 7%, assim que a nova escolha come�ou a circular. Dilma se surpreendeu com a rea��o negativa do mercado ao nome de Bendine. Ontem, em almo�o com o n�cleo pol�tico de seu governo, no Pal�cio da Alvorada, afirmou que n�o esperava essa resposta do mercado financeiro.

Sabendo n�o se tratar do desfecho ideal, a estrat�gia para tentar minimizar a rejei��o a Bendine foi anunciar ao mesmo tempo o nome de Ivan de Souza Monteiro como diretor financeiro da petroleira. Como vice-presidente de Finan�as e de Rela��es com Investidores do BB, Monteiro ganhou respeito no mercado por, entre outras a��es, viabilizar capta��es estrangeiras para o banco p�blico. A escolha do novo conselho, na pr�xima semana, tamb�m ter� como objetivo transferir credibilidade � nova dire��o da estatal.

No governo, considera-se que ambos t�m experi�ncia para lidar com isso. Um exemplo foi o saneamento do banco Votorantim, bra�o financeiro das empresas da fam�lia Erm�rio de Moraes. A opera��o parou no BB em 2009, quando 49,99% do capital votante e 50% do capital social total foram adquiridos pelo banco estatal a pedido do ent�o presidente Luiz In�cio Lula da Silva.

Vale


A op��o por Bendine contrariou parte dos conselheiros da presidente, mas foi da vontade irrevers�vel de Dilma, que o recebeu na quarta-feira para uma primeira conversa secreta no Alvorada. O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, defendeu at� o fim o nome de Murilo Ferreira, presidente da Vale.

Entretanto, o executivo da mineradora enviou recados de que recusaria a proposta. Usou como argumento o delicado momento de reestrutura��o da empresa, com a queda no pre�o do min�rio de ferro no mercado mundial, precisando renegociar seu perfil de endividamento.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tentou contribuir com sugest�es de nomes tanto para a presid�ncia como para o conselho da Petrobr�s, e at� chegou a fazer algumas conversas com potenciais substitutos, mas tamb�m n�o participou da decis�o sobre Bendine.

J� alguns ministros petistas alinhados ao ex-presidente Lula trabalhavam para emplacar no comando da estatal petrol�fera o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, mas a alternativa foi rejeitada. Quando Dilma ainda era ministra, travou v�rias batalhas com Meirelles dentro do Executivo e perdeu quase todas.

Crise

Bendine assumiu o Banco do Brasil em abril de 2009, na fase mais aguda da crise financeira global, com a miss�o de executar duas tarefas da agenda do ex-presidente Lula: ampliar a oferta de cr�dito para estimular a economia e liderar uma competi��o aguerrida com os bancos privados, para for��-los a reduzir os juros. Seu antecessor no cargo, Antonio Francisco de Lima Neto, n�o seguiu a cartilha do Pal�cio do Planalto e foi retirado do cargo.

Na avalia��o do governo, a experi�ncia de Bendine durante quase seis anos � frente do Banco do Brasil o cacifa para resolver o maior problema da petroleira neste momento: a confus�o financeira decorrente de problemas na contabilidade por causa do impacto da Opera��o Lava Jato, que investiga esquema de corrup��o e desvios na Petrobr�s. Com livre acesso no sistema financeiro, caber� a ele resolver o endividamento significativo da companhia.


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