(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas ESC�NDALO DA PETROBRAS

Crescimento do PT � colocado sob suspeita

Nos 10 anos em que o caixa da legenda teria sido abastecido por propinas da estatal, partido elegeu 50% a mais de prefeitos. Para petistas, crescimento � explicado pelos avan�os sociais


postado em 08/02/2015 07:00 / atualizado em 08/02/2015 08:10

Lula durante a campanha municipal de 2012: PT teria levado US$ 200 milhões em propinas, segundo ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco(foto: Michel Filho/Agência O Globo)
Lula durante a campanha municipal de 2012: PT teria levado US$ 200 milh�es em propinas, segundo ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco (foto: Michel Filho/Ag�ncia O Globo)

Bras�lia –
O per�odo em que teria se beneficiado com o pagamento de propinas na Petrobras foi de crescimento expressivo do PT no interior do pa�s. Segundo o depoimento do ex-gerente da estatal Pedro Barusco, o caixa do partido teria sido refor�ado entre 2003 e 2013 pelo pagamento de propina na empresa. Nesse per�odo, a bancada de vereadores cresceu 40% nos munic�pios brasileiros, e o n�mero de prefeituras controladas pela legenda cresceu 54,5%, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Preso na Opera��o Lava-Jato, Barusco estimou entre US$ 150 milh�es e US$ 200 milh�es o total abocanhado pelo partido, no per�odo. Especialistas dizem que, apesar do peso do dinheiro, avan�os sociais do per�odo tamb�m foram decisivos nos resultados.

Para dar uma ideia da enormidade da fortuna que Barusco acusa o PT de ter recebido no esquema criminoso da Petrobras, a quantia, convertida em reais, seria capaz de custear as campanhas de Lula em 2002 (R$ 45,2 milh�es) e em 2006 (R$ 145,4 milh�es); e a primeira campanha de Dilma em 2010 (R$ 201 milh�es), em valores corrigidos pelo IPCA. E ainda sobraria dinheiro. Mesmo desconsiderando a vers�o de Barusco, o poder econ�mico da legenda evoluiu ao longo dos anos � frente do governo federal. Dados do TSE mostram que as doa��es recebidas pela dire��o nacional do PT praticamente triplicaram a cada elei��o municipal nas �ltimas tr�s disputas (veja arte).

(foto: Arte / EM / D.A Press)
(foto: Arte / EM / D.A Press)
Na oposi��o, o tom da cr�tica subiu desde a divulga��o do depoimento de Barusco. “� vergonhoso assistir a um partido que pregava a �tica, o bom uso dos recursos p�blicos e  lan�ando m�o desse tipo de esquema em v�rias inst�ncias da m�quina p�blica. Vemos que o que chegou ao poder foi uma verdadeira quadrilha. Lan�aram m�o desse discurso de defesa dos mais pobres, dos oprimidos, para saquear o pa�s e para concentrar o poder. Poder, diga-se, constru�do da forma mais esp�ria, por meio do dinheiro”, argumenta o l�der do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO).


Um parlamentar petista, que prefere n�o se identificar, “por n�o estar autorizado a falar em nome do partido”, contradiz a fala de Caiado. “O Brasil mudou muito nesses 10 anos que ele (Barusco) diz. As pessoas melhoraram de vida, e o eleitor sabe muito bem pesar isso na hora de votar. Se o PT cresce no munic�pio, na ponta, � porque fez avan�ar as condi��es de vida l�. A renda subiu, a desigualdade caiu entre 2003 e 2013. Reduzir tudo isso a dinheiro � omitir o que ocorreu de verdade”, contestou ele.

Ex-l�der do PT na C�mara, o deputado federal Paulo Teixeira (SP) entende que o aumento de recursos do partido, por si s�, n�o explica a ascens�o da legenda. Segundo ele, o crescimento se deve mesmo a avan�os sociais. “O PT cresceu porque melhorou o n�vel de emprego e a distribui��o de renda do pa�s, al�m dos programas sociais, como o Mais M�dicos, que ajudaram nesse desenvolvimento”, afirmou. (Com Grasielle Castro e Naira Trindade)

Pedido para omitir preju�zo em refinaria

A ex-gerente da �rea de Abastecimento da Petrobras Venina Velosa recebeu, por e-mail, pedido para omitir em seus relat�rios que a constru��o da Refinaria Abreu e  Lima, em Pernambuco, traria preju�zos � estatal. A afirma��o foi feita em depoimento ao juiz federal S�rgio Moro, em Curitiba, na sexta-feira. Venina foi respons�vel pelos estudos sobre a viabilidade t�cnica e financeira para a aprova��o do projeto pelo Conselho de Administra��o da Petrobras, em 2012. Ao juiz, a ex-gerente disse que recebeu um e-mail de um secret�rio do conselho com um pedido para alterar a maneira de redigir os relat�rios. Pelo que Venina contou a Moro, a forma como redigiu seus relat�rios “n�o estava dando conforto para a diretoria aprovar o investimento”.

No depoimento, Venina alegou que n�o se lembra de quem foi o remetente da mensagem e que n�o sabe se foi repassada diretamente ou enviada por interm�dio de um ex-assessor de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento, de quem era subordinada. Nos estudos t�cnicos, Venina relatava os valores que seriam investidos e o retorno previsto. Ela contou tamb�m que Paulo Roberto Costa e Renato Duque, ex-diretores de Abastecimento e de Servi�os, respectivamente, sabiam que a refinaria Abreu e Lima teria retorno negativo de US$ 3 bilh�es. Mesmo sendo alertados, ambos determinaram a execu��o do projeto.

A execu��o foi aprovada em 2012 pelo Conselho de Administra��o, com investimentos de US$ 17 bilh�es. “Continue a executar os projetos, as licita��es, da forma pela qual estamos mandando. Aquelas (recomenda��es) que estavam sendo feitas para a melhoria da gest�o e dos projetos ser�o acatadas, se fosse o caso”, disse Venina, ao referir � resposta de Duque ap�s o alerta.

AJUDA AMERICANA
O procurador geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, e um grupo de procuradores da for�a-tarefa respons�vel pela Opera��o Lava -Jato j� est�o nos Estados Unidos, onde pedir�o apoio das autoridades americanas nas investiga��es sobre as fraudes na Petrobras. J�lya Wellisch, procuradora da Comiss�o de Valores Mobili�rios (CVM) do Rio de Janeiro, tamb�m faz parte da delega��o brasileira. O Departamento de Justi�a e a Securities and Exchange Comission (�rg�o regulador do mercado de capitais americano, equivalente � CVM no Brasil) est�o investigando as fraudes na Petrobras por iniciativa pr�pria desde o ano passado. Autoridades americanas est�o apurando se funcion�rios da Petrobras violaram o Ato de Pr�ticas Corruptas Estrangeiras. A estatal brasileira tem a��es na Bolsa de Nova York e os problemas da empresa est�o sujeitos � fiscaliza��o americana.

Aprova��o de Dilma despenca

A popularidade da presidente Dilma Rousseff (PT) despencou nos �ltimos tr�s meses. Pesquisa divulgada pelo Instituto Datafolha ontem mostra que – passado o per�odo eleitoral – a avalia��o de Dilma se aproxima da pior marca atingida por um presidente da Rep�blica: os 46% de ruim/p�ssimo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em dezembro de 1999. H� dois meses, Dilma tinha 42% de �timo/bom e 24% de ruim/p�ssimo. Mas o cen�rio virou para 23% e 44%, respectivamente.

As den�ncias de corrup��o na Petrobras podem ter contribu�do com a acentuada piora das expectativas sobre a economia. Outro fator que pode ter pesado na avalia��o seria o contraste entre a realidade e a imagem mostrada na campanha eleitoral de 2014. Para o senador A�cio Neves (PSDB-MG), a queda na popularidade da presidente � um reflexo das “mentiras sucessivas” que lan�ou durante a campanha que a reconduziu ao governo. O Pal�cio do Planalto n�o quis comentar o resultado da pesquisa, feita entre os dias 3 e 5, com 4 mil entrevistados, em 188 munic�pios. A margem de erro � de dois pontos para mais ou para menos.

 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)