
Rio - Eleito presidente da C�mara em primeiro turno, depois de uma tensa disputa com o petista Arlindo Chinaglia (PT-SP), o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) teve uma reuni�o com a presidente Dilma Rousseff na tarde da �ltima quinta-feira, 5, para "quebrar o gelo", segundo definiu a correligion�rios. Considerado um parlamentar inc�modo e pouco confi�vel, por causa dos epis�dios em que liderou rebeli�es na base aliada, Cunha diz que n�o tem problemas no trato com Dilma, mas n�o alivia o PT e os ministros respons�veis pela articula��o pol�tica, em especial Pepe Vargas, da Secretaria de Rela��es Institucionais. "Ele � in�bil no trato, errado na forma e no conte�do", critica. Tamb�m reclama do presidente do PT, Rui Falc�o: "S� o atendo quando ele me pedir desculpas por ter dito que fa�o chantagem".
O deputado chegou ao Rio na noite de quinta-feira e foi homenageado em um jantar na casa do prefeito Eduardo Paes, com a presen�a dos principais l�deres do PMDB fluminense, como o governador Luiz Fernando Pez�o, o ex-governador S�rgio Cabral e o presidente da Assembleia Legislativa, Jorge Picciani. No in�cio da tarde de sexta, 6, recebeu o blog Estad�o Rio em seu escrit�rio, no centro. Passou o fim de semana com a fam�lia, na Barra da Tijuca (zona oeste), onde mora.
Na primeira semana como presidente, Cunha avan�ou na discuss�o de uma proposta de reforma pol�tica que garante o financiamento de campanhas por empresas privadas, condenado pela maioria dos petistas. Tamb�m instalou a CPI da Petrobr�s, que voltar� a investigar o esquema de corrup��o na estatal.
O deputado est� decidido sobre o que quer votar e tamb�m sobre os temas que n�o aceita levar ao plen�rio, como a legaliza��o do aborto, a uni�o civil de pessoas do mesmo sexo e a regula��o da m�dia. "Aborto e regula��o da m�dia s� ser�o votados passando por cima do meu cad�ver", disse, irredut�vel, o deputado evang�lico de 56 anos, fiel da Igreja Sara Nossa Terra. Diante da rea��o negativa de militantes de movimentos em defesa dos direitos dos homossexuais � sua elei��o, Cunha n�o faz concess�es. "N�o tenho que ser bonzinho. Eles querem que esta seja a agenda do Pa�s, mas n�o �".
No fim do ano passado, o deputado teve o nome citado pelo doleiro Alberto Youssef, preso na Opera��o Lava Jato, que investiga o esquema de pagamento de propina e desvio de dinheiro na Petrobr�s. Youssef depois enviou esclarecimento � Justi�a dizendo n�o ter rela��o com Cunha. O presidente da C�mara reitera n�o ter liga��o com a rede de corrup��o da estatal e diz estar tranquilo para qualquer investiga��o.